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Presidente do Instituto Ifo defende saída "temporária" da Grécia do euro

O economista alemão Hans Werner Sinn acredita que Atenas só conseguirá ganhar competitividade através da desvalorização da moeda. Para isso, deverá abandonar de forma temporária a Zona Euro.

Bloomberg
06 de Janeiro de 2015 às 17:26
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O presidente do Instituto Ifo, Hans Werner Sinn (na foto), pediu esta terça-feira, 6 de Janeiro, que fosse convocada uma reunião internacional sobre a dívida grega, avança o espanhol Expansión. O objectivo desse encontro será chegar a um acordo para a saída temporária da Grécia da Zona Euro, de forma a que o país possa ganhar competitividade.

 

De acordo com o presidente do instituto alemão de estudos económicos, a recuperação da competitividade grega passa necessariamente pela desvalorização da sua moeda, o que implicará um abandono temporário da região do euro.

 

"O país precisa de recuperar competitividade, e isso exige uma desvalorização, ou seja, uma saída temporária do euro, que implica também um perdão da dívida", disse Sinn num evento em Munique.

 

Contudo, o responsável admite que todo este processo exige acordos e coordenação internacional, razão pela qual considera indispensável a convocação de uma reunião alargada.

 

"A Grécia tem o dobro dos desempregados que tinha em Maio de 2010. A produção industrial caiu 30% face ao nível anterior à crise. O país está numa armadilha", acrescentou Sinn, citado pela mesma fonte.

 

Caso a Grécia saia da moeda única, Sinn acredita que a Alemanha terá perdas máximas de 76 mil milhões de euros. Caso o cenário seja de permanência na Zona Euro, as perdas serão semelhantes aparecendo, contudo, de forma distinta nas contas oficiais.

 

De acordo com o jornal espanhol, o economista teme que sejam necessários novos empréstimos a Atenas e que o resgate à Grécia se torne num verdadeiro "poço sem fundo".  

 

Nos últimos dias, o discurso oficial dos responsáveis europeus tem insistido em dois pontos fundamentais: os cidadãos gregos têm toda a legitimidade para decidir quem querem ver na liderança do Governo, mas devem esperar que o próximo Executivo honre os seus compromissos.

 

Os gregos vão às urnas no próximo dia 25 para eleger o novo Governo, e as mais recentes sondagens dão vantagem ao Syriza, o partido de extrema-esquerda que quer um novo perdão da dívida pública (agora quase na totalidade nas mãos dos contribuintes dos demais países europeus) e promete também reverter parte das medidas de austeridade adoptadas nestes quatro anos em que o país recebeu dois empréstimos internacionais.

 

A iminência de uma reviravolta política em Atenas voltou, nas últimas semanas, a colocar em cima da mesa a possibilidade de a Grécia abandonar a região da moeda única.

 

"O objectivo tem sido o de estabilizar a Zona Euro com todos os membros a bordo, incluindo a Grécia. Esse objectivo não mudou", garantiu, esta segunda-feira, Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel (CDU).

 

O porta-voz respondia desta forma a um artigo do semanário alemão Der Spiegel, segundo o qual o Governo alemão "considera que a saída [da Grécia] da Zona Euro é quase inevitável se o líder da oposição, Alexis Tsipras, vier a liderar o Governo após a eleição, abandonando a disciplina orçamental e não pagando as dívidas do país". 


"Os gregos são livres de decidir o seu destino. Dito isto, há determinados compromissos que foram assumidos e todos eles devem naturalmente ser respeitados", secundou, em Paris, o presidente François Hollande. "A pertença à Zona Euro é irrevogável", rebateu, em Bruxelas, uma porta-voz da Comissão Europeia. 

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