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António Costa afasta novas PPP e admite agravar IRS de rendimentos mais altos

O secretário-geral do PS afastou a necessidade de fazer mais parcerias público-privadas (PPP) nas obras públicas e admitiu rever os escalões de IRS, penalizando os rendimentos mais elevados e desagravando a "classe média".

Miguel Baltazar/Negócios
09 de Julho de 2015 às 23:36
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"Relativamente ao futuro, não prevejo a necessidade de realizar novas PPP, porque não é nossa prioridade fazer novas obras públicas. Para os próximos quatro anos, não haverá novas PPP", declarou o líder socialista em entrevista esta quinta-feira à TVI24, conduzida pelo jornalista José Alberto de Carvalho, que se seguiu a uma primeira entrevista ao canal generalista da TVI e que foi moderada pela jornalista Judite de Sousa.

 

Nessa primeira entrevista, que durou cerca de uma hora, também defendeu a tese de que o actual sistema de Segurança Social é sustentável se o país retomar "os níveis normais de crescimento e de emprego".

 

Em resposta a perguntas de cidadãos, António Costa recusou-se a detalhar quais os novos escalões de IRS que pretende introduzir, alegando ainda desconhecer "a malha fina da máquina fiscal", mas comprometeu-se a aumentar o seu número, de forma a aumentar também a progressividade.

 

Para desgravar a carga fiscal da classe média, o secretário-geral do PS admitiu então agravar a carga fiscal sobre os rendimentos mais elevados.

 

"Não podemos agradar a todos", disse, já depois de ter prometido que, se formar Governo, não vai cortar pensões e vai baixar o IVA da restauração para 13 por cento - compromisso de descida que não estendeu ao IVA da electricidade.

 

Interrogado por um cidadão de 46 anos sobre práticas agressivas da máquina fiscal, o secretário-geral disse que o seu objectivo é "estabelecer limites ao grau de desumanização" e assegurou que impedirá que sejam penhoradas casas de família, ou que sejam transformadas em dívidas fiscais dívidas por falta de pagamento a concessionárias privadas de auto-estradas.

 

Em matérias de educação, Costa criticou o ministro Nuno Crato, atribuindo-lhe "preconceito ideológico", e apontou como prioridade a aprendizagem das crianças "e não a sua avaliação para a exclusão.

 

Questionado sobre quantos empregos se propõe criar na próxima legislatura, caso vença as eleições, o secretário-geral do PS recusou assumir um compromisso quantificável, contrapondo que o seu objectivo passará "pelo combate à precariedade" e pela mobilização de recursos nacionais e europeus para a criação de emprego de qualidade".

 

Na saúde, o líder socialista disse que uma das suas metas é fazer com que mais meio milhão de portugueses tenha médico de família e, no que respeita à interioridade, criticou as concepções que encaram estas regiões como "as traseiras do litoral".

 

Já na TVI 24, o secretário-geral do PS elogiou o formato da entrevista aberto a questões colocadas por um painel de cidadãos e comentou: "Estas são as perguntas que habitualmente os jornalistas não me fazem e que as pessoas me fazem no dia-a-dia".

 

Nesta segunda fase, António Costa afirmou-se disponível para comparar "número a número" a sua gestão pública com a do actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. "Do dr. Pedro Passos Coelho não recebo qualquer lição em matéria de gestão pública", reagiu.

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