O Banco Central Europeu (BCE) reforçou as medidas de estímulo na última reunião. Cortou as taxas de juro, tanto a de referência como a de depósitos, mas também aumentou o valor das compras de activos. E Peter Praet diz que a autoridade monetária ainda pode fazer mais. A "escala da ajuda" pode ser aumentada.

"Se mais choques se materializarem, as nossas medidas podem ser recalibradas novamente, ajustando-se à força dos impactos negativos, mas sempre tendo em conta os possíveis efeitos secundários", disse o economista-chefe e também membro do conselho executivo do BCE num discurso em Frankfurt, na Alemanha, citado pela Bloomberg.

Praet notou que sem ter em conta as medidas anunciadas já em Março, "as nossas medidas provaram ser significativas no apoio ao crescimento e à inflação". Mas não de forma suficientemente robusta, o que levou o BCE, no mês passado, a cortar os juros para novos mínimos históricos. E o valor das compras de activos também foi revisto de 60 para 80 mil milhões de euros por mês.

Desde que Mario Draghi anunciou o reforço das medidas de estímulo, esta é a segunda vez que Praet fala na capacidade do BCE em apresentar ainda mais estímulos à economia. Logo após a reunião de Março, deu uma entrevista em que alertou que "se novos choques vierem piorar as perspectivas ou as condições de financiamento não se ajustarem na medida em que é necessário para puxar pela economia e a inflação, um corte de juros continua no nosso arsenal".