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Terceiro trimestre obriga ISEG a rever em baixa PIB de 2018

A desaceleração mais intensa do que o esperado no terceiro trimestre leva o ISEG a rever em baixa o crescimento económico deste ano.

27 de Novembro de 2018 às 11:33
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A economia travou no terceiro trimestre mais do que o ISEG esperava. Na síntese de conjuntura de Novembro, publicada esta terça-feira, 27 de Novembro, o Instituto revê em baixa o intervalo para o crescimento do PIB em 2018: de 2,2% a 2,5% passou para 2,1% a 2,3%. Ou seja, só na melhor das hipóteses é que o crescimento económico vai atingir a meta do Governo (2,3%). 

"O valor anunciado pelo INE confirma a esperada tendência de desaceleração, mas esta foi mais intensa do que o antecipado no relatório de Outubro", admite o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), que na última síntese de conjuntura antecipava um crescimento de 2,3% no terceiro trimestre. O PIB de Julho a Setembro ficaria por uma subida de 2,1%, em termos homólogos, e de 0,3% em cadeia (de trimestre para trimestre). A economia nacional cresceu assim ao ritmo mais baixo desde o segundo trimestre de 2016, principalmente devido à travagem da procura interna. O Instituto Nacional de Estatística (INE) explicou que tinha sido a desaceleração do consumo privado a justificar esta travagem, uma vez que o investimento apresentou "um crescimento ligeiramente mais acentuado" e a procura externa líquida (ou seja, as exportações deduzidas das importações) mantiveram um contributo negativo "idêntico ao observado nos dois trimestres anteriores". 

Esta tendência de desaceleração foi ainda mais acentuada na Zona Euro. O conjunto dos países europeus cresceu 1,7%, em termos homólogos, e 0,2% em cadeia. Este foi o crescimento mais lento dos últimos quatro anos. A travagem foi particularmente sentida em grandes economias como a Alemanha e Itália: a economia alemã contraiu pela primeira vez em três anos e a economia italiana estagnou.
Estes factores levaram o ISEG a reconsiderar o intervalo da previsão para o PIB português deste ano: "Em relação à taxa de crescimento final para o ano de 2018, tendo em conta o resultado do 3º trimestre, é revisto o anterior intervalo de previsão para o mais provável intervalo de 2,1% a 2,3%". O intervalo anterior era de 2,2% a 2,5%.

A meta do Governo, reafirmada na proposta do Orçamento do Estado para 2019, continua a ser de 2,3%. Este objectivo está em causa dado que para o atingir, em números redondos, a economia teria de acelerar para um crescimento de 2,5%, em termos homólogos, no quarto trimestre. Em cadeia isso significaria um crescimento de 1%. 

"Com a informação disponível, sobretudo tendo em conta o contexto internacional de generalizada desaceleração do crescimento económico, afigura-se mais provável a tendência para uma desaceleração ligeira do crescimento homólogo em Portugal", conclui o ISEG.

Ainda assim, não exclui que possa haver alguma surpresa no quarto trimestre. "O crescimento pode vir a ser favorecido pela ocorrência de mais três dias úteis em termos homólogos", admite, referindo, no entanto, que a informação é "escassa a e não permite extrapolações fundamentadas sobre a evolução do conjunto da economia".

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