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Terceiro trimestre obriga ISEG a rever em baixa PIB de 2018
A desaceleração mais intensa do que o esperado no terceiro trimestre leva o ISEG a rever em baixa o crescimento económico deste ano.
A economia travou no terceiro trimestre mais do que o ISEG esperava. Na síntese de conjuntura de Novembro, publicada esta terça-feira, 27 de Novembro, o Instituto revê em baixa o intervalo para o crescimento do PIB em 2018: de 2,2% a 2,5% passou para 2,1% a 2,3%. Ou seja, só na melhor das hipóteses é que o crescimento económico vai atingir a meta do Governo (2,3%).
"O valor anunciado pelo INE confirma a esperada tendência de desaceleração, mas esta foi mais intensa do que o antecipado no relatório de Outubro", admite o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), que na última síntese de conjuntura antecipava um crescimento de 2,3% no terceiro trimestre. O PIB de Julho a Setembro ficaria por uma subida de 2,1%, em termos homólogos, e de 0,3% em cadeia (de trimestre para trimestre). A economia nacional cresceu assim ao ritmo mais baixo desde o segundo trimestre de 2016, principalmente devido à travagem da procura interna. O Instituto Nacional de Estatística (INE) explicou que tinha sido a desaceleração do consumo privado a justificar esta travagem, uma vez que o investimento apresentou "um crescimento ligeiramente mais acentuado" e a procura externa líquida (ou seja, as exportações deduzidas das importações) mantiveram um contributo negativo "idêntico ao observado nos dois trimestres anteriores".
Estes factores levaram o ISEG a reconsiderar o intervalo da previsão para o PIB português deste ano: "Em relação à taxa de crescimento final para o ano de 2018, tendo em conta o resultado do 3º trimestre, é revisto o anterior intervalo de previsão para o mais provável intervalo de 2,1% a 2,3%". O intervalo anterior era de 2,2% a 2,5%.
A meta do Governo, reafirmada na proposta do Orçamento do Estado para 2019, continua a ser de 2,3%. Este objectivo está em causa dado que para o atingir, em números redondos, a economia teria de acelerar para um crescimento de 2,5%, em termos homólogos, no quarto trimestre. Em cadeia isso significaria um crescimento de 1%.
"Com a informação disponível, sobretudo tendo em conta o contexto internacional de generalizada desaceleração do crescimento económico, afigura-se mais provável a tendência para uma desaceleração ligeira do crescimento homólogo em Portugal", conclui o ISEG.
Ainda assim, não exclui que possa haver alguma surpresa no quarto trimestre. "O crescimento pode vir a ser favorecido pela ocorrência de mais três dias úteis em termos homólogos", admite, referindo, no entanto, que a informação é "escassa a e não permite extrapolações fundamentadas sobre a evolução do conjunto da economia".