Notícia
OCDE revê em baixa crescimento de Portugal em 2019
A Organização reviu ligeiramente em baixa o crescimento económico em Portugal do próximo ano. Zona Euro também sofre terceira revisão em baixa.
Portugal deverá crescer 2,1% no próximo ano, abaixo dos 2,2% previstos pelo Governo. A estimativa é da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) que publica esta quarta-feira, 21 de Novembro, o Economic Outlook de Novembro. Esta nova previsão representa uma revisão em baixa face aos 2,2% estimados no relatório de Maio, em linha com a desaceleração da Zona Euro.
A expansão da economia terá como motores o consumo privado (+1,8%) e as exportações (+4,3%). "Em particular, o crescimento do consumo irá manter-se sólido à medida que a taxa de desemprego (6,4%) continua a cair", assinala a Organização. Essa evolução do mercado de trabalho deverá pressionar os salários, o que, por sua vez, deverá aumentar os preços (inflação).
O relatório aponta ainda o investimento (+6%, acelerando face a 2018) que cresce nas máquinas e equipamentos, com a indústria automóvel a mostrar "sinais notáveis de utilização do aumento da capacidade". E o investimento imobiliário que está a aumentar "fortemente", respondendo à procura que está a fazer subir os preços.
Para 2018, a estimativa fica inalterada face a Maio, nos 2,2% - abaixo dos 2,3% esperados pelo Executivo -, apesar da desaceleração no terceiro trimestre. Ao Negócios, Ben Westmore, o responsável da OCDE pela análise de Portugal, explica que antecipa uma aceleração no quarto trimestre, quando se dissiparem alguns factores temporários que afectaram a indústria automóvel no terceiro trimestre, período em que a economia cresceu 2,1%.
O cenário macroeconómico traçado pela Organização para Portugal é, ainda assim, mais optimista do que aquele que projecta para a Zona Euro. A OCDE reviu pela terceira vez este ano em baixa as previsões para o conjunto dos países que partilham o euro, prevendo agora um crescimento de 1,9% em 2018, de 1,8% em 2019 e de 1,6% em 2020. O principal motivo dado é a travagem do comércio internacional, que foi afectado pela guerra comercial iniciada pelos EUA.
O crescimento mundial deverá desacelerar de 3,7% em 2018 para 3,5% em 2019, prevê ainda o Economic Outlook, o primeiro assinado pela nova economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.
O que pode correr mal?
Apesar da revisão em baixa, esta previsão é uma das mais optimistas, se excluirmos a do próprio Governo. Para 2019, o Conselho das Finanças Públicas prevê um crescimento de 1,9%, o Fundo Monetário Internacional 1,8% e a Comissão Europeia 1,8%. No entanto, a OCDE admite que há riscos que podem penalizar estas previsões.
O relatório antecipa dois problemas: a normalização da política monetária e o aumento dos preços do petróleo. "Um aumento da taxa de juro nas obrigações do Estado pode levar a um stress financeiro que intensifique as fragilidades que existem na dívida pública alta e no elevado stock de crédito malparado no sistema bancário", assinala.
Já os preços do petróleo também podem ter um impacto dado que Portugal depende em grande parte das importações dessa matéria-prima.
Mas a OCDE também deixa um sinal positivo. Caso os Estados-membros consigam melhorar a arquitectura da União Económica e Monetária, completando a União Bancária, isso poderá dar um "impulso à confiança e ao investimento em Portugal".
A expansão da economia terá como motores o consumo privado (+1,8%) e as exportações (+4,3%). "Em particular, o crescimento do consumo irá manter-se sólido à medida que a taxa de desemprego (6,4%) continua a cair", assinala a Organização. Essa evolução do mercado de trabalho deverá pressionar os salários, o que, por sua vez, deverá aumentar os preços (inflação).
Para 2018, a estimativa fica inalterada face a Maio, nos 2,2% - abaixo dos 2,3% esperados pelo Executivo -, apesar da desaceleração no terceiro trimestre. Ao Negócios, Ben Westmore, o responsável da OCDE pela análise de Portugal, explica que antecipa uma aceleração no quarto trimestre, quando se dissiparem alguns factores temporários que afectaram a indústria automóvel no terceiro trimestre, período em que a economia cresceu 2,1%.
O cenário macroeconómico traçado pela Organização para Portugal é, ainda assim, mais optimista do que aquele que projecta para a Zona Euro. A OCDE reviu pela terceira vez este ano em baixa as previsões para o conjunto dos países que partilham o euro, prevendo agora um crescimento de 1,9% em 2018, de 1,8% em 2019 e de 1,6% em 2020. O principal motivo dado é a travagem do comércio internacional, que foi afectado pela guerra comercial iniciada pelos EUA.
O crescimento mundial deverá desacelerar de 3,7% em 2018 para 3,5% em 2019, prevê ainda o Economic Outlook, o primeiro assinado pela nova economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.
O que pode correr mal?
Apesar da revisão em baixa, esta previsão é uma das mais optimistas, se excluirmos a do próprio Governo. Para 2019, o Conselho das Finanças Públicas prevê um crescimento de 1,9%, o Fundo Monetário Internacional 1,8% e a Comissão Europeia 1,8%. No entanto, a OCDE admite que há riscos que podem penalizar estas previsões.
O relatório antecipa dois problemas: a normalização da política monetária e o aumento dos preços do petróleo. "Um aumento da taxa de juro nas obrigações do Estado pode levar a um stress financeiro que intensifique as fragilidades que existem na dívida pública alta e no elevado stock de crédito malparado no sistema bancário", assinala.
Já os preços do petróleo também podem ter um impacto dado que Portugal depende em grande parte das importações dessa matéria-prima.
Mas a OCDE também deixa um sinal positivo. Caso os Estados-membros consigam melhorar a arquitectura da União Económica e Monetária, completando a União Bancária, isso poderá dar um "impulso à confiança e ao investimento em Portugal".