Notícia
Banco de Portugal revê em baixa PIB de 2018 e passa a ser dos mais pessimistas
O Banco de Portugal passou de ser dos mais optimistas para ser dos mais pessimistas: vê PIB a crescer 2,1% em 2018, menos duas décimas do que na anterior previsão. Portugal está na "fase de maturação do ciclo económico", diz.
O Banco de Portugal (BdP) deixou de acreditar na meta de crescimento económico do Governo para 2018. Devido à desaceleração das vendas ao exterior, o banco central reviu em baixa a expansão do PIB deste ano de 2,3% - igual à do Ministério das Finanças - para 2,1%.
A revisão é feita no Boletim Económico de Dezembro publicado esta terça-feira, 17 de Dezembro, e torna o BdP uma das instituições mais pessimistas com a evolução da economia portuguesa.
"Os valores para o horizonte 2018-19 implicam um crescimento ligeiramente inferior do PIB em 2018 e 2019 face às estimativas divulgadas nos Boletins Económicos de Junho e Outubro, essencialmente devido a uma revisão em baixa do crescimento das exportações, que reflecte a revisão das hipóteses relativas à evolução da procura externa e a incorporação da informação mais recente", explica o comunicado que acompanha o boletim.
O Banco de Portugal considera que o enquadramento externo da economia portuguesa continuará a ser "favorável", mas as exportações vão desacelerar para um crescimento de 3,6% à medida que as trocas comerciais a nível internacional evoluem em linha com o PIB mundial. Ainda assim, num horizonte mais alargado, o BdP admite que "o enquadramento externo está na origem dos principais factores de risco e incerteza que rodeiam a actual projecção, contribuindo para riscos descendentes para a actividade".
A previsão de crescimento do PIB de 2,1% fica abaixo das previsões de outras instituições que têm vindo a actualizar as projecções para a economia portuguesa. O Conselho das Finanças Públicas (CFP), a Comissão Europeia (CE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipam que a economia cresça 2,2%. Ainda assim, todas apontam para um crescimento inferior ao que está subjacente ao Orçamento do Estado para 2018: 2,3%.
Divergência com Governo acentua-se em 2019
Para 2019 a divergência com as previsões do Governo continua, mas neste caso o Banco de Portugal está em linha com as outras instituições. O banco central prevê um crescimento económico de 1,8%, quatro décimas a menos do que prevê o Orçamento do Estado para 2019. Essa mesma previsão é feita pelo FMI e por Bruxelas. A concretizar-se, Portugal continuaria a crescer acima da Zona Euro, quando comparado com as previsões do BCE.
O horizonte de projecção do Banco de Portugal vai ainda mais longe, antecipando pela primeira vez uma desaceleração da economia para 1,7% em 2020 e 1,6% em 2021.
Quanto à composição da expansão económica, o banco central escreve que continuará a verificar-se um "perfil de crescimento mais sustentável da economia portuguesa". Contudo, uma vez que o grau de abertura da economia aumentou significativamente, Portugal fica também mais exposto aos acontecimentos internacionais e, portanto, vulnerável perante a crescente incerteza política e económica a nível mundial.
Estas previsões fazem parte da actualização das projecções para a Zona Euro que o Banco Central Europeu (BCE) divulgou na semana passada. Para o conjunto da área do euro, o BCE prevê um crescimento do PIB de 1,9% em 2018, 1,7% em 2019 e 2020 e 1,5% em 2021.
Saldo externo mantém-se positivo, mas diferente
O Banco de Portugal prevê ainda que as contas externas da economia portuguesa se mantenham positivas - uma das mudanças estruturais que ocorreu durante o período de ajustamento. "Ao longo do horizonte de projecção a economia portuguesa deverá manter uma situação de capacidade de financiamento face ao exterior", lê-se no Boletim Económico de Dezembro.
No entanto, a composição desse excedente será diferente. Tal acontece porque se tem vindo a verificar uma redução do saldo da balança de bens e serviços, dado que o défice do comércio de bens está a aumentar. Contudo, esta deterioração será compensada pela melhoria da balança de rendimento primário e de capital.
Quanto ao mercado de trabalho, o BdP estima que a taxa de desemprego baixe para 5,3% em 2021, num período em que a criação de emprego deve continuar a abrandar.
Essa evolução do mercado de trabalho em Portugal deverá contribuir para "algumas pressões inflacionistas internas originadas pelos custos salariais". Assumindo esse efeito, o BdP estima que os preços no consumidor cresçam 1,4% em 2018 e 2019, acelerando para 1,5% em 2020 e 1,6% em 2021.
A revisão é feita no Boletim Económico de Dezembro publicado esta terça-feira, 17 de Dezembro, e torna o BdP uma das instituições mais pessimistas com a evolução da economia portuguesa.
O Banco de Portugal considera que o enquadramento externo da economia portuguesa continuará a ser "favorável", mas as exportações vão desacelerar para um crescimento de 3,6% à medida que as trocas comerciais a nível internacional evoluem em linha com o PIB mundial. Ainda assim, num horizonte mais alargado, o BdP admite que "o enquadramento externo está na origem dos principais factores de risco e incerteza que rodeiam a actual projecção, contribuindo para riscos descendentes para a actividade".
A previsão de crescimento do PIB de 2,1% fica abaixo das previsões de outras instituições que têm vindo a actualizar as projecções para a economia portuguesa. O Conselho das Finanças Públicas (CFP), a Comissão Europeia (CE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipam que a economia cresça 2,2%. Ainda assim, todas apontam para um crescimento inferior ao que está subjacente ao Orçamento do Estado para 2018: 2,3%.
Divergência com Governo acentua-se em 2019
Para 2019 a divergência com as previsões do Governo continua, mas neste caso o Banco de Portugal está em linha com as outras instituições. O banco central prevê um crescimento económico de 1,8%, quatro décimas a menos do que prevê o Orçamento do Estado para 2019. Essa mesma previsão é feita pelo FMI e por Bruxelas. A concretizar-se, Portugal continuaria a crescer acima da Zona Euro, quando comparado com as previsões do BCE.
O horizonte de projecção do Banco de Portugal vai ainda mais longe, antecipando pela primeira vez uma desaceleração da economia para 1,7% em 2020 e 1,6% em 2021.
Quanto à composição da expansão económica, o banco central escreve que continuará a verificar-se um "perfil de crescimento mais sustentável da economia portuguesa". Contudo, uma vez que o grau de abertura da economia aumentou significativamente, Portugal fica também mais exposto aos acontecimentos internacionais e, portanto, vulnerável perante a crescente incerteza política e económica a nível mundial.
Estas previsões fazem parte da actualização das projecções para a Zona Euro que o Banco Central Europeu (BCE) divulgou na semana passada. Para o conjunto da área do euro, o BCE prevê um crescimento do PIB de 1,9% em 2018, 1,7% em 2019 e 2020 e 1,5% em 2021.
Saldo externo mantém-se positivo, mas diferente
O Banco de Portugal prevê ainda que as contas externas da economia portuguesa se mantenham positivas - uma das mudanças estruturais que ocorreu durante o período de ajustamento. "Ao longo do horizonte de projecção a economia portuguesa deverá manter uma situação de capacidade de financiamento face ao exterior", lê-se no Boletim Económico de Dezembro.
No entanto, a composição desse excedente será diferente. Tal acontece porque se tem vindo a verificar uma redução do saldo da balança de bens e serviços, dado que o défice do comércio de bens está a aumentar. Contudo, esta deterioração será compensada pela melhoria da balança de rendimento primário e de capital.
Quanto ao mercado de trabalho, o BdP estima que a taxa de desemprego baixe para 5,3% em 2021, num período em que a criação de emprego deve continuar a abrandar.
Essa evolução do mercado de trabalho em Portugal deverá contribuir para "algumas pressões inflacionistas internas originadas pelos custos salariais". Assumindo esse efeito, o BdP estima que os preços no consumidor cresçam 1,4% em 2018 e 2019, acelerando para 1,5% em 2020 e 1,6% em 2021.