Notícia
FMI já não acredita na meta do Governo para o PIB deste ano
O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento económico de 2018 de 2,3%, a meta do Governo, para 2,2%.
A desaceleração da economia no terceiro trimestre, confirmada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), torna difícil que o PIB cresça tanto quanto o Governo prevê. No comunicado desta sexta-feira, 30 de Novembro, depois da missão pós-programa em Lisboa, o Fundo Monetário Internacional reflecte isso mesmo nas suas previsões: reviu em baixa o PIB de 2,3%, a meta do Governo, para 2,2%.
"O crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2,1%, em termos homólogos, sugere uma desaceleração", escrevem os técnicos de Washington, referindo que a travagem reflecte "largamente" o menor ritmo de crescimento das exportações e do investimento.
O FMI prevê que a economia cresça 2,2% em 2018, desacelerando depois para 1,8% em 2019 (2,2% no cenário do Governo) e 1,4% no médio-prazo. "O investimento e as exportações deverão continuar a ser factores importantes de crescimento, ainda que a um ritmo mais lento", assinala o FMI.
Esta antecipação da desaceleração está ancorada nos riscos que o Fundo identifica para Portugal. Os riscos estão essencialmente no ambiente exterior. "Portugal poderá sentir directamente as consequências negativas de um crescimento mais baixo da Zona Euro, da turbulência relacionada com o Brexit e de um comércio internacional mais fraco em linha com o aumento do proteccionismo", destaca o FMI.
Mas também há um risco interno: "No lado interno, há um risco de que o Governo possa adoptar políticas mais fracas que afectem a confiança dos investidores e do ambiente empresarial, e possivelmente resultem num aumento da rigidez orçamental e a redução da qualidade das despesas públicas", lê-se no comunicado, nomeadamente as pressões na despesa com pessoal por causa das progressões e aumentos na função pública.
Por ouro lado, se as políticas mantiverem-se, Portugal irá aumentar a sua resiliência à volatilidade do mercado e a outros choques. O FMI admite que possa haver desenvolvimentos "cíclicos" positivos que não se prevê actualmente.
FMI continua sem acreditar no défice de 2019
O Fundo Monetário Internacional mantém a consideração de que Mário Centeno não vai conseguir diminuir o défice para 0,2% do PIB no próximo ano, tal como prevê o Orçamento do Estado para 2019. Tal deve-se essencialmente a divergências no crescimento económico que impactam nas receitas fiscais.
O FMI prevê que o défice fique nos 0,4% (0,3% no relatório anterior), assumindo que a economia vai crescer 1,8%, ao passo que o Governo prevê um crescimento de 2,2%.
Já no défice estrutural, os técnicos prevêem que este piore 0,1 pontos percentuais face a 2018 enquanto o Executivo prevê uma melhoria de 0,2 pontos percentuais.
A dívida pública em percentagem do PIB deverá diminuir para 121% em 2018, 118% em 2019 e 103% até 2023.
Tal como o endividamento público, também o endividamento privado tem de continuar a cair, "ajudando a reduzir as vulnerabilidades". "Tal como a dívida pública, a desalavancagem beneficia o crescimento económico sustentado", refere o FMI, argumentando que o reforço da economia é dependente do investimento que, por sua vez, deverá depender da poupança interna de forma a não criar desequilíbrios externos.
"Aumentar a produtividade e o investimento obriga a que se mantenha o foco em melhorar o ambiente regulatório, que se apoie a capacidade das empresas de crescer, que se fortaleça o seu capital e inovação e que se contribua para a melhoria das qualificações da população", resume o Fundo. Outro dos factores assinalados pelo comunicado é a necessidade de manter o mercado de trabalho "flexível" para que Portugal tenha capacidade de lidar com choques adversos.
(Notícia actualizada pela última vez às 15h46)
"O crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2,1%, em termos homólogos, sugere uma desaceleração", escrevem os técnicos de Washington, referindo que a travagem reflecte "largamente" o menor ritmo de crescimento das exportações e do investimento.
Esta antecipação da desaceleração está ancorada nos riscos que o Fundo identifica para Portugal. Os riscos estão essencialmente no ambiente exterior. "Portugal poderá sentir directamente as consequências negativas de um crescimento mais baixo da Zona Euro, da turbulência relacionada com o Brexit e de um comércio internacional mais fraco em linha com o aumento do proteccionismo", destaca o FMI.
Mas também há um risco interno: "No lado interno, há um risco de que o Governo possa adoptar políticas mais fracas que afectem a confiança dos investidores e do ambiente empresarial, e possivelmente resultem num aumento da rigidez orçamental e a redução da qualidade das despesas públicas", lê-se no comunicado, nomeadamente as pressões na despesa com pessoal por causa das progressões e aumentos na função pública.
Por ouro lado, se as políticas mantiverem-se, Portugal irá aumentar a sua resiliência à volatilidade do mercado e a outros choques. O FMI admite que possa haver desenvolvimentos "cíclicos" positivos que não se prevê actualmente.
FMI continua sem acreditar no défice de 2019
O Fundo Monetário Internacional mantém a consideração de que Mário Centeno não vai conseguir diminuir o défice para 0,2% do PIB no próximo ano, tal como prevê o Orçamento do Estado para 2019. Tal deve-se essencialmente a divergências no crescimento económico que impactam nas receitas fiscais.
O FMI prevê que o défice fique nos 0,4% (0,3% no relatório anterior), assumindo que a economia vai crescer 1,8%, ao passo que o Governo prevê um crescimento de 2,2%.
Já no défice estrutural, os técnicos prevêem que este piore 0,1 pontos percentuais face a 2018 enquanto o Executivo prevê uma melhoria de 0,2 pontos percentuais.
A dívida pública em percentagem do PIB deverá diminuir para 121% em 2018, 118% em 2019 e 103% até 2023.
Tal como o endividamento público, também o endividamento privado tem de continuar a cair, "ajudando a reduzir as vulnerabilidades". "Tal como a dívida pública, a desalavancagem beneficia o crescimento económico sustentado", refere o FMI, argumentando que o reforço da economia é dependente do investimento que, por sua vez, deverá depender da poupança interna de forma a não criar desequilíbrios externos.
"Aumentar a produtividade e o investimento obriga a que se mantenha o foco em melhorar o ambiente regulatório, que se apoie a capacidade das empresas de crescer, que se fortaleça o seu capital e inovação e que se contribua para a melhoria das qualificações da população", resume o Fundo. Outro dos factores assinalados pelo comunicado é a necessidade de manter o mercado de trabalho "flexível" para que Portugal tenha capacidade de lidar com choques adversos.
(Notícia actualizada pela última vez às 15h46)