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FMI vê Portugal a crescer pouco em 2019 e mais desequilibrado

O Fundo Monetário Internacional continua a antecipar um abrandamento vincado do ritmo de crescimento da economia portuguesa. Além disso, já não acredita que este ano Portugal tenha um excedente na balança corrente.

Mário Centeno, ministro das Finanças, apontou em Abril para uma meta de crescimento de 2,3% no próximo ano. António Pedro Santos/Lusa
09 de Outubro de 2018 às 02:00
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Uma economia a crescer mais devagar e ligeiramente mais desequilibrada. É assim que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vê Portugal a evoluir em 2019. No World Economic Outlook, publicado na madrugada desta terça-feira, a instituição liderada por Christine Lagarde mantém a previsão de abrandamento para a economia portuguesa no próximo ano, mas agrava ligeiramente o défice da balança corrente.


Para 2018, as perspectivas do FMI vão ao encontro das do Governo de António Costa: o PIB deve crescer 2,3%. Esta expectativa está inalterada face à que tinha sido avançada em Setembro, no relatório sobre a avaliação feita ao abrigo do artigo IV. Contudo, tem por base uma economia que já não apresenta um excedente externo das contas correntes: em vez de um superavit de 0,2% do PIB, o FMI antevê agora um saldo zero.


Este indicador diz quais são as necessidades, ou capacidades, de financiamento corrente de uma economia face ao exterior. A balança corrente é o resultado do saldo comercial (as exportações deduzidas das importações) e do saldo de rendimentos, e é um indicador da saúde de uma economia. Uma das consequências do período de ajustamento vivido pela economia portuguesa foi precisamente conseguir corrigir o défice que, ano após ano, acumulava na balança corrente.


Para 2019, a mesma tendência repete-se. O FMI mantém a previsão de um abrandamento do ritmo da actividade económica para 1,8% – tal como já tinha dito em Setembro e um número que fica longe da meta definida pelo Governo no Programa de Estabilidade (2,3%). Mas antevê agora um défice ligeiramente mais elevado da balança corrente: 0,3% do PIB, em vez dos 0,1% que tinha publicado há um mês.


Tanto o FMI, como a Comissão Europeia, têm sublinhado que um dos desafios que o país enfrenta é precisamente conseguir crescer, sem perder o excedente na balança corrente. Na avaliação ao abrigo do artigo IV, o FMI já tinha sublinhado que o país precisa de medidas que lhe permitam aumentar a poupança doméstica, para estar menos dependente do financiamento no exterior.


Desemprego mais baixo este ano


Sobre a evolução do mercado de trabalho, o FMI também reviu ligeiramente as projecções face ao que tinha antecipado em Setembro. Espera agora uma taxa de desemprego ligeiramente mais baixa este ano (7%, em vez dos 7,3% inscritos no âmbito do artigo IV).


Porém, essa correcção mais rápida do desemprego em 2018 não se reflecte em 2019. A projecção do Fundo para a taxa de desemprego no próximo ano mantém-se inalterada, em 6,7%.


Seja como for, tanto a projecção do FMI para este ano, como para o próximo, é mais favorável do que a expectativa assumida pelo Ministério das Finanças, tanto no Orçamento do Estado para 2018, como no Programa de Estabilidade apresentado em Abril. Nessa altura, Mário Centeno inscreveu uma projecção de taxa de desemprego de 7,6% em 2018 e de 7,2% em 2019.

Já no que toca à variação de preços, o FMI manteve a mesma expectativa face a Setembro, antecipando uma inflação de 1,7% este ano, que abranda ligeiramente para 1,6% no próximo.

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