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Economias avançadas acham-se mais preparadas para enfrentar uma crise

As opiniões dos peritos ouvidos pelo Ifo Institute dividem-se quanto à implementação de regulamentação mais rígida para instituições transnacionais e para as agências de rating.

Bolsas europeias recuperam perdas desde a falência do Lehman
14 de Setembro de 2018 às 16:18
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E se uma crise financeira global se repetisse? As economias avançadas acham-se mais preparadas para reagir do que estavam em 2007, revela um inquérito realizado pelo Ifo Institute, a quase mil peritos espalhados pelo mundo inteiro. Os resultados foram publicados esta sexta-feira, 14 de Setembro, no World Economic Survey de Agosto.

"Mais de 75% dos peritos das economias avançadas estão convencidos de que o seu país tem melhores instrumentos para enfrentar outra crise financeira", como a que se viveu há dez anos, marcada pela falência do Lehman Brothers", conclui o Ifo Institute.

O inquérito foi feito aos próprios peritos do World Economic Survey do Ifo, tendo contado com 976 economistas, de 117 países. 

Na Zona Euro, Canadá, Japão, Reino Unido e EUA, os peritos acreditam que as reformas destinadas a aumentar a transparência na avaliação dos instrumentos financeiros foram implementadas e que a capacidade dos bancos centrais de providenciar liquidez foi reforçada.

Contudo, "há maior controvérsia entre os peritos sobre se foi implementada uma regulamentação mais rígida, bem como sobre as regras para os institutos financeiros transnacionais e as agências de rating", conclui o inquérito. Seja como for, a maioria dos peritos das economias avançadas diz estar satisfeita com a actual política económica do seu país.

Emergentes menos optimistas

A confiança é menor entre os peritos das economias emergentes. "Claramente os países que foram mais atingidos pela crise, também no que toca a consequências da crise financeira, parecem menos optimistas", lê-se no relatório.

A diferença é a mesma quando se trata apenas de avaliar se os países estão, ou não, preparados para enfrentar uma crise, sem comparar a situação com 2007. Apesar de os peritos das economias emergentes considerarem que as reformas do pós-crise foram implementadas de forma satisfatória, "continuam a ser da opinião de que as suas economias não estão suficientemente resistentes se enfrentarem outra crise", adianta o documento.

Esta diferença pode justificar-se pela forma como as economias emergentes acabaram por ser afectadas pela crise: o problema rebentou no sistema financeiro dos Estados Unidos, contagiou-se rapidamente à Europa, mas chegou aos emergentes já pelo terreno económico e não tanto por interdependências financeiras.

"Como a maioria das economias avançadas entrou em recessão, havia menos investimento directo estrangeiro, menos consumo, menos ajuda externa e comércio, o que teve um efeito duradouro nas taxas de crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento", explica o relatório do Ifo institute.

Ou seja, as medidas correctivas que foram aplicadas aos sistemas financeiros na verdade não estão direccionadas para lidar com a fragilidade que ditou o abalo no mundo emergente.
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