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Bruxelas lembra que Portugal é "vulnerável a choques" e pede mais controlo da despesa

Terminada mais uma missão de avaliação pós-programa, a Comissão Europeia sublinha que o ritmo de crescimento económico já está a baixar este ano e avisa que é preciso controlar mais a despesa.

Reuters
30 de Novembro de 2018 às 16:45
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Menos crescimento, risco de desvio significativo das metas orçamentais, ainda a falta de flexibilidade estrutural da economia portuguesa e as vulnerabilidades da banca nacional – depois da 9.ª Avaliação Pós-programa de Ajustamento, a Comissão Europeia reforça um conjunto de alertas a Portugal.

"A expansão económica continuou em 2018, mas a um ritmo mais moderado do que o de 2017, sobretudo por causa de um abrandamento nas exportações e no investimento", destacam os peritos de Bruxelas, num comunicado publicado esta sexta-feira, 30 de Novembro, o dia em que terminou mais uma visita de avaliação ao país.

A Comissão reconhece que as exportações deverão continuar a ganhar peso na estrutura económica portuguesa, e nota que a criação de emprego continua forte, com a taxa de desemprego em mínimos de 16 anos e abaixo da média nacional.

Contudo, antecipa que "o crescimento económico deverá moderar ainda mais ao longo dos próximos dois anos, reflectindo uma conjuntura mais fraca para os principais parceiros comerciais de Portugal, bem como um PIB potencial baixo, limitado por rigidez estrutural na economia portuguesa."

O alerta ganha ainda mais relevância quando a Comissão repete que mesmo assumindo o cenário macroeconómico do Governo (que difere do de Bruxelas por ser mais optimista), o risco de desvio das metas orçamentais impostas pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento é "significativo", nomeadamente no que diz respeito ao crescimento da despesa primária. 

"O ainda elevado rácio da dívida pública sobre o PIB torna Portugal vulnerável a choques, particularmente num contexto de subida dos riscos na economia global", alerta a Comissão. Por isso, os esforços de ajustamento estrutural do défice e a utilização de quaisquer margens para baixar a dívida pública "tornam-se ainda mais importantes" e "os argumentos para um foco aumentado na contenção da despesa" ganha ainda mais força. 

Para além da conjuntura menos positiva e da necessidade de controlo das contas, Portugal mantém vulnerabilidades ao nível do sistema bancário, que continua com um peso do malparado elevado e com níveis de capital "baixos comparados com os pares". Além disso, tem ainda dificuldade em gerar lucros e em atrair capital.

A recomendação global de reformar estruturalmente a economia repete-se, com a Comissão frisar a importância de resolver os entraves ao investimento e ao aumento da produtividade, bem como a necessidade de melhorar o ambiente de negócios.
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