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Bruxelas diz que Portugal está melhor, mas continua desequilibrado

Depois de uma análise aprofundada ao país, a Comissão Europeia concluiu que Portugal está a fazer progressos. Ainda assim, falta percorrer caminho em todas as áreas para resolver os desequilíbrios.

EPA
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Portugal continua desequilibrado. É esta a conclusão da Comissão Europeia depois de uma análise aprofundada à economia portuguesa, no âmbito do Semestre Europeu. Os relatórios com recomendações específicas por país foram publicados esta quarta-feira, 27 de fevereiro, em Bruxelas.

No fundamental, em quase todos os pontos analisados os peritos comunitários encontraram melhorias. No entanto, em todos eles notam que ainda há progressos a fazer, já que o país continua vulnerável.

Um dos pontos considerados chave é a produtividade. "Garantir um crescimento maior da produtividade é chave para melhorar as perspetivas de competitividade, desalavancagem e crescimento potencial", lê-se na comunicação da Comissão, que apresenta uma leitura global da União Europeia, mas também as conclusões gerais por país.

"O maior risco" para Portugal "está na falta de qualificações e na baixa produtividade no mercado de trabalho", sublinhou mesmo o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, na conferência de imprensa de apresentação dos documentos, que decorreu esta manhã em Buxelas.

"Há trabalho por fazer"

Para Moscovici, a economia "continua a reduzir os desequilíbrios, vai no rumo certo", mas ainda "há algum trabalho por fazer", frisou.

Tanto a dívida privada, como a dívida pública estão a baixar, mas continuam elevadas. Os rácios de malparado na banca estão melhores, mas continuam "comparativamente altos". A balança de conta corrente está genericamente equilibrada mas sem uma "postura prudente e sem ganhos de competitividade" será difícil baixar o endividamento líquido externo para níveis mais seguros, explica a Comissão, nos documentos.

Assim, "os stocks elevados de dívida líquida externa, de dívida privada e pública e um elevado peso do malparado constituem vulnerabilidades, num contexto de crescimento lento da produtividade", concluem os peritos.

Este alerta ganha ainda mais valor quando a Comissão diz que as melhorias estão a ser conseguidas sobretudo à custa do crescimento nominal. É que a União Europeia evidencia já um claro abrandamento do crescimento económico, que terá impacto na economia portuguesa, cada vez mais dependente do comportamento das suas exportações.

Falta mais ação política

Além disso, Bruxelas sublinha que continuam a ser precisas medidas de política para resolver os desequilíbrios nos mercados de produto e de serviços. Sobre finanças públicas, a Comissão avisa que os planos de reformas estruturais para melhorar a sustentabilidade "têm de ser monitorizados".

Já entre as notas mais positivas está a redução dos riscos no setor financeiro, com a recapitalização dos maiores bancos em 2017, e políticas ativas para reduzir o malparado.

Os progressos no mercado de trabalho, com uma redução do desemprego "a forte ritmo há vários anos" também são sublinhados.

(Notícia atualizada às 12h35 com declarações de Pierre Moscovici)
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