Notícia
Bruxelas: "Há mais países a exibir sinais de sobrevalorização" nos preços das casas
A Comissão Europeia considera que há sinais de "sobrevalorização" dos preços das casas em vários Estados-membros.
Bruxelas está preocupada com a evolução dos preços das habitações em alguns Estados-membros, o que poderá ter riscos para a economia europeia. O alerta é deixado pela Comissão Europeia esta quarta-feira, 27 de fevereiro, no relatório do Semestre Europeu em que analisa, em várias áreas, quais são os desequilíbrios macroeconómicos dos 28 países.
"Os preços das casas estão a acelerar num número crescente de Estados-membros, com mais países a exibir possíveis sinais de sobrevalorização", lê-se no relatório. A Comissão diz que este fator, aliado ao "crescimentor rápido dos custos de trabalho", são os dois fatores que sustentam os sinais de "sobreaquecimento" da economia em alguns Estados-membros.
Bruxelas nota que tem sido nos países onde os preços pouco aumentaram nos últimos anos que as subidas têm sido mais expressivas. "Em alguns casos, o crédito para habitação tem retomado a um ritmo mais elevado", assinala.
Mas também há um lado positivo. A Comissão Europeia diz que "os preços das casas têm moderado recentemente em países onde a evidência de sobrevalorização é maior". Tal é explicado pela implementação de restrições que acalmaram a dinâmica do mercado, nomeadamente as "políticas macroprudenciais", onde se inclui o caso de Portugal.
Nas previsões de Inverno divulgadas há cerca de três semanas, a Comissão Europeia apontava que, no caso de Portugal, "a recente recuperação na construção residencial" deverá contribuir para "alguma moderação" na evolução dos preços das casas. A previsão de Bruxelas era de que os valores iam moderar, refletindo "uma recuperação gradual da oferta, juntamente com alguma desaceleração da procura externa".
Há um ano, nas previsões da Primavera, a Comissão explicava como a subida dos preços da habitação não era exclusivo da economia portuguesa. Já nessa altura Bruxelas avisava para o risco que comportava para a estabilidade financeira: "A sincronia das dinâmicas do imobiliário entre os países, num contexto de uma política monetária acomodatícia, pode ser um fator de risco para a estabilidade financeira global". Isto porque "a reversão das condições financeiras pode levar a reduções simultâneas nos preços das casas".
No relatório divulgado hoje, os principais alertas neste tema vão para a Irlanda - onde os preços têm subido muito, mas moderaram recentemente -, para a Holanda - onde a dívida dos privados tem subido por causa dos preços das casas - e para a Suécia onde se verificou recentemente uma correção dos preços das casas.
Estados-membros registam "algum progresso" em dois terços das recomendações
Ao mesmo tempo que identifica os desequilíbrios, a Comissão Europeia dá recomendações específicas por país. No balanço deste ano, Bruxelas diz que, desde a introdução do Semestre Europeu em 2011, os Estados-membros têm registado "algum progresso" em mais de dois terços das recomendações feitas.
A maior parte do progresso tem sido alcançado nos serviços financeiros, "refletindo a prioridade dada a medidas para estabilizar o setor financeiro depois da crise financeira e económica". "Os Estados-membros têm também feito progresso com a implementação das recomendações nas reformas para promover a criação de emprego de contratos permanentes e para combater a segmentação do mercado de trabalho", assinala Bruxelas.
2019 é o primeiro ano em que a Grécia regressa à "normalidade" do Semestre Europeu, incluindo-se agora neste relatório também. O país entra diretamente para o conjunto de Estados-membros com "desequilíbrios macroeconómicos excessivos", categoria que Portugal abandonou no ano passado.
"Os preços das casas estão a acelerar num número crescente de Estados-membros, com mais países a exibir possíveis sinais de sobrevalorização", lê-se no relatório. A Comissão diz que este fator, aliado ao "crescimentor rápido dos custos de trabalho", são os dois fatores que sustentam os sinais de "sobreaquecimento" da economia em alguns Estados-membros.
Mas também há um lado positivo. A Comissão Europeia diz que "os preços das casas têm moderado recentemente em países onde a evidência de sobrevalorização é maior". Tal é explicado pela implementação de restrições que acalmaram a dinâmica do mercado, nomeadamente as "políticas macroprudenciais", onde se inclui o caso de Portugal.
Nas previsões de Inverno divulgadas há cerca de três semanas, a Comissão Europeia apontava que, no caso de Portugal, "a recente recuperação na construção residencial" deverá contribuir para "alguma moderação" na evolução dos preços das casas. A previsão de Bruxelas era de que os valores iam moderar, refletindo "uma recuperação gradual da oferta, juntamente com alguma desaceleração da procura externa".
Há um ano, nas previsões da Primavera, a Comissão explicava como a subida dos preços da habitação não era exclusivo da economia portuguesa. Já nessa altura Bruxelas avisava para o risco que comportava para a estabilidade financeira: "A sincronia das dinâmicas do imobiliário entre os países, num contexto de uma política monetária acomodatícia, pode ser um fator de risco para a estabilidade financeira global". Isto porque "a reversão das condições financeiras pode levar a reduções simultâneas nos preços das casas".
No relatório divulgado hoje, os principais alertas neste tema vão para a Irlanda - onde os preços têm subido muito, mas moderaram recentemente -, para a Holanda - onde a dívida dos privados tem subido por causa dos preços das casas - e para a Suécia onde se verificou recentemente uma correção dos preços das casas.
Estados-membros registam "algum progresso" em dois terços das recomendações
Ao mesmo tempo que identifica os desequilíbrios, a Comissão Europeia dá recomendações específicas por país. No balanço deste ano, Bruxelas diz que, desde a introdução do Semestre Europeu em 2011, os Estados-membros têm registado "algum progresso" em mais de dois terços das recomendações feitas.
A maior parte do progresso tem sido alcançado nos serviços financeiros, "refletindo a prioridade dada a medidas para estabilizar o setor financeiro depois da crise financeira e económica". "Os Estados-membros têm também feito progresso com a implementação das recomendações nas reformas para promover a criação de emprego de contratos permanentes e para combater a segmentação do mercado de trabalho", assinala Bruxelas.
2019 é o primeiro ano em que a Grécia regressa à "normalidade" do Semestre Europeu, incluindo-se agora neste relatório também. O país entra diretamente para o conjunto de Estados-membros com "desequilíbrios macroeconómicos excessivos", categoria que Portugal abandonou no ano passado.