Notícia
Consumo trava e economia desacelera para 2,1% no terceiro trimestre
A expectativa dos analistas era a manutenção do ritmo de crescimento do PIB face ao segundo trimestre. Mas o resultado desiludiu, com a economia a travar para o ritmo mais baixo desde o segundo trimestre de 2016.
14 de Novembro de 2018 às 09:32
A economia portuguesa cresceu 2,1% no terceiro trimestre deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado, divulgou esta quarta-feira, 14 de Novembro, o Instituto Nacional de Estatística (INE), numa primeira estimativa do valor do PIB. Face aos três meses anteriores, o crescimento foi de 0,3%.
Os analistas consultados pela Lusa esperavam que o ritmo de crescimento se mantivesse constante, face ao verificado no segundo trimestre do ano. Mas o número desiludiu e regressou ao valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2016.
Como explica o INE, "a procura interna registou um contributo menos positivo, em resultado da desaceleração do consumo privado". Já o investimento "apresentou um crescimento ligeiramente mais acentuado" e a procura externa líquida (ou seja, as exportações deduzidas das importações) manteve um contributo negativo "idêntico ao observado nos dois trimestres anteriores", adianta o destaque do organismo de estatísticas.
Assim, a primeira estimativa do valor do PIB revela o ritmo mais baixo do ano: no primeiro trimestre a economia tinha crescido 2,2% e no segundo tinha acelerado para 2,4%. Para que a meta do Governo (de 2,3%) seja cumprida, é preciso que o PIB acelere nos últimos três meses de 2018.
Olhando para os dados em comparação com o período de Abril a Junho deste ano, verifica-se também um abrandamento do crescimento, que passou de 0,6% para metade. Nesta óptica de análise, são as exportações que explicam o abrandamento. "O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de nulo a negativo, reflectindo uma diminuição das exportações de bens e serviços mais intensa que a das importações", explica o INE.
Aliás, face ao segundo trimestre, a procura interna até deu um contributo positivo, impulsionado pelo crescimento mais elevado tanto do consumo, como do investimento.
Esta é apenas uma estimativa rápida do INE, ainda sem todos os dados referentes à actividade económica no terceiro trimestre apurados. A publicação da segunda estimativa está agendada para 30 de Novembro, quando será dado mais detalhe sobre a evolução das várias componentes do PIB.
Finanças sublinham convergência com a Europa
Em reacção aos dados do INE, o Ministério das Finanças reconheceu o abrandamento do ritmo de crescimento, numa nota enviada às redacções. Contudo, o gabinete do ministro Mário Centeno destaca que se "mantém a tendência de convergência com a União Europeia e a zona euro" e lembrou que o crescimento da economia portuguesa está a ser conseguido com uma forte componente de criação de emprego.
Esta quarta-feira o Eurostat divulgou a segunda estimativa do PIB da União e do conjunto da moeda única, publicando os dados dos 20 Estados-membros para os quais já há números. Segundo o organismo de estatísticas europeu, a União Europeia cresceu 1,9% e a zona euro avançou 1,7%, em termos homólogos.
Ambos os ritmos ficam abaixo do registado pela economia portuguesa, contudo, estão fortemente marcados pela desaceleração das grandes economias europeias. Aliás, na comparação trimestral a Alemanha, o principal motor da zona euro, contraiu 0,2%.
(Notícia actualizada pela última vez às 11h08 com a reacção do Ministério das Finanças e os dados do Eurostat)
Os analistas consultados pela Lusa esperavam que o ritmo de crescimento se mantivesse constante, face ao verificado no segundo trimestre do ano. Mas o número desiludiu e regressou ao valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2016.
Como explica o INE, "a procura interna registou um contributo menos positivo, em resultado da desaceleração do consumo privado". Já o investimento "apresentou um crescimento ligeiramente mais acentuado" e a procura externa líquida (ou seja, as exportações deduzidas das importações) manteve um contributo negativo "idêntico ao observado nos dois trimestres anteriores", adianta o destaque do organismo de estatísticas.
Assim, a primeira estimativa do valor do PIB revela o ritmo mais baixo do ano: no primeiro trimestre a economia tinha crescido 2,2% e no segundo tinha acelerado para 2,4%. Para que a meta do Governo (de 2,3%) seja cumprida, é preciso que o PIB acelere nos últimos três meses de 2018.
Olhando para os dados em comparação com o período de Abril a Junho deste ano, verifica-se também um abrandamento do crescimento, que passou de 0,6% para metade. Nesta óptica de análise, são as exportações que explicam o abrandamento. "O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de nulo a negativo, reflectindo uma diminuição das exportações de bens e serviços mais intensa que a das importações", explica o INE.
Aliás, face ao segundo trimestre, a procura interna até deu um contributo positivo, impulsionado pelo crescimento mais elevado tanto do consumo, como do investimento.
Esta é apenas uma estimativa rápida do INE, ainda sem todos os dados referentes à actividade económica no terceiro trimestre apurados. A publicação da segunda estimativa está agendada para 30 de Novembro, quando será dado mais detalhe sobre a evolução das várias componentes do PIB.
Finanças sublinham convergência com a Europa
Em reacção aos dados do INE, o Ministério das Finanças reconheceu o abrandamento do ritmo de crescimento, numa nota enviada às redacções. Contudo, o gabinete do ministro Mário Centeno destaca que se "mantém a tendência de convergência com a União Europeia e a zona euro" e lembrou que o crescimento da economia portuguesa está a ser conseguido com uma forte componente de criação de emprego.
Esta quarta-feira o Eurostat divulgou a segunda estimativa do PIB da União e do conjunto da moeda única, publicando os dados dos 20 Estados-membros para os quais já há números. Segundo o organismo de estatísticas europeu, a União Europeia cresceu 1,9% e a zona euro avançou 1,7%, em termos homólogos.
Ambos os ritmos ficam abaixo do registado pela economia portuguesa, contudo, estão fortemente marcados pela desaceleração das grandes economias europeias. Aliás, na comparação trimestral a Alemanha, o principal motor da zona euro, contraiu 0,2%.
(Notícia actualizada pela última vez às 11h08 com a reacção do Ministério das Finanças e os dados do Eurostat)