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PCP diz que números do PIB desmentem profecias mas têm de "ser lidos com prudência"

Comunistas defendem que só a renegociação da dívida, o rompimento com o euro e a dinamização da produção nacional permitem que o crescimento no primeiro trimestre não seja conjuntural.

Bruno Simão
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O PCP considera que o crescimento da economia no primeiro trimestre desmente "profecias dos que não se conformam com a derrota do governo anterior e da sua política", mas deve ser lido "com prudência" já que acontece com uma "conjuntura internacional favorável". 

Num comunicado enviado às redacções, os comunistas referem que os resultados económicos alcançados resultam das medidas adoptadas por este Governo, apesar de notar a timidez de algumas medidas adoptadas. 

Estes são "dados inseparáveis da inversão com o rumo imposto pelo governo PSD/CDS e das medidas, ainda que limitadas, de reposição e conquista de direitos e rendimentos", diz o comunicado, lembrando depois algumas das medidas adoptadas pelo Governo. O PCP destaca a reposição salarial na Administração Pública, o aumento "ainda que insuficiente" do salário
mínimo nacional, o fim da sobretaxa de IRS para os escalões de rendimentos mais baixos, o aumento das prestações sociais, o descongelamento das pensões, ou a redução do IVA na restauração.

Estas medidas "conduziram à aceleração do consumo privado e procura interna, em particular a partir do 2º semestre de 2016. Sem prejuízo do contributo dado pelo lado da procura externa líquida que apresenta um valor positivo não sustentável (com
destaque para o turismo), é no consumo privado (que representa 68% do PIB) que reside a principal contribuição", afirmam os comunistas.

O Instituto Nacional de Estatística revelou hoje que o PIB cresceu 2,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior - o ritmo mais alto de quase 10 anos - e 1% em relação ao último trimestre de 2016. Segundo o instituto estatístico, esta evolução deve-se à procura externa e ao investimento.

Apesar das boas notícias, o PCP defende que os números devem ser lidos "com prudência", embora desmintam profecias.

"Os números agora conhecidos, dos que não se conformam com a derrota do governo anterior e da sua política, devem entretanto ser lidos com a prudência que resulta de uma conjuntura internacional favorável (designadamente baixo preço do petróleo, desvalorização do euro e baixas taxas de juro) e de não estarem solidamente sustentados numa trajectória de crescimento económico liberto dos constrangimentos que se colocam à soberania nacional."

Para os comunistas só as políticas defendidas pelo PCP permitem evitar que este crescimento seja conjuntural. "É na ruptura com as opções da política de direita e na adopção de uma política determinada pela defesa, reposição e conquista de direitos, de dinamização do investimento e da produção nacional, de libertação do País da submissão ao euro, de renegociação de uma dívida que é insustentável e de ruptura com os interesses do capital monopolista que residirão as condições para que o ritmo de crescimento atingido no 1º trimestre não tenha um carácter conjuntural e se projecte de forma sustentável ao longo dos próximos tempos."

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