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Catroga diz que crescimento deve-se às empresas e alerta para riscos políticos

O "chairman" da EDP aponta que a actual solução política é "incoerente" e diz estar "contente" com o "processo de reconversão em curso de alguns segmentos da esquerda e do PS aos bons princípios da disciplina financeira".

Bruno Simão
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Eduardo Catroga congratulou-se com o crescimento económico de 2,8% no primeiro trimestre, o mais elevado nos últimos 10 anos, e elogiou a prestação das empresas.

"São boas notícias. Felizmente está em curso um processo de consolidação, de retoma da economia que começou em 2015, recordo que o crescimento em 2015 foi de 1,6%, depois em 2016 foi de 1,4%. E este ano vamo-nos aproximar dos 2%, penso eu, em função desta evolução trimestral", começou por dizer o presidente do conselho geral e de supervisão do grupo EDP.

"E isto está a acontecer num perfil saudável para a economia portuguesa: exportações, investimento e só depois o consumo, isto para permitir o equilíbrio externo", acrescentou o gestor.

O chairman da EDP apontou que as empresas foram as principais responsáveis por este crescimento. "Espero que o poder político não crie muitas perturbações porque na realidade estes resultados devem-se às empresas, são as empresas que exportam, são as empresas que criam postos de trabalho", afirmou.

Olhando para o futuro, Eduardo Catroga considera que os principais riscos para a economia portuguesa são políticos a nível interno. "Os riscos são essencialmente políticos, não nos podemos esquecer que temos uma solução politica incoerente. Independentemente da habilidade do primeiro-ministro para gerir os seus parceiros, os seus parceiros são contra a globalização, são contra a União Europeia, são contra o euro".

"Eu fico muito contente com o processo de reconversão em curso, de alguns segmentos da esquerda, de alguns segmentos do Partido Socialista, aos bons princípios da disciplina financeira, e aos bons princípios de politica económica no contexto de uma economia de mercado", afirmou.

O gestor apontou que o "ajustamento macroeconómico" feito por Portugal, "tal como na Grécia e tal como em Espanha, está a dar os seus frutos", e defendeu que Portugal deveria criar condições para a "redução da dívida pública".

Eduardo Catroga abordou também a reestruturação da dívida portuguesa. "A reestruturação é permanente. O Governo anterior fez, este governo está a fazer, e os próximos irão fazer. Uma coisa é fazer reestruturações, outra coisa é pedir perdões de dívida".

"O problema da dívida vai-se resolvendo naturalmente com reestruturações permanentes. Isto é, substituir dívida mais cara por divida mais barata, alongando prazos, criando confiança junto dos investidores, também a nível do BCE, e das instâncias europeias", concluiu.

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