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Católica revê em baixa crescimento de 2015 e prevê défice acima de 3%

Segundo as últimas previsões da Universidade Católica, o PIB português crescerá 2,1% este ano, com o défice orçamental a ficar muito acima da meta do Governo, com alertas sobre o risco de estarmos em ano eleitoral.

Bruno Simão/Negócios
08 de Julho de 2015 às 14:03
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As conclusões estão inscritas na Folha Trimestral da Conjuntura, do Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia Portugal (NECEP) da Católica. Segundo o documento, publicado esta quarta-feira, 8 de Julho, embora o comportamento da economia no primeiro trimestre tenha ficado aquém do esperado, o NECEP não espera um crescimento muito longe da estimativa anterior. Ainda assim, revê em baixa a perspectiva de crescimento homólogo do produto interno bruto (PIB), de 2,2% para 2,1%.

 

"Esta nova previsão tem em conta o bom comportamento de todas a componentes da procura, com destaque para o investimento, o que permite manter a hipótese de ligeira aceleração do crescimento ao longo da segunda metade do ano", escrevem os responsáveis da Católica. "O NECEP continua a alertar para a possibilidade de um bom desempenho a curto prazo poder resultar de alguma deterioração da situação orçamental que costuma ser observada em Portugal em anos eleitorais."

 

Numa nota mais optimista, o NECEP nota que a mudança de ambiente de negócios é "evidente" e que alguns riscos não tiveram o impacto negativo que se antecipava. "A crise do BES, ainda por resolver, continua a não se notar nas estatísticas de actividade económica, o que permite antever que os seus efeitos ocorram apenas a nível de stocks e não de fluxos", exemplifica.

 

Para 2016, o Núcleo antecipa um crescimento do PIB de 2%. Neste caso, uma revisão em alta face às estimativas anteriores. A confirmarem-se todas as previsões significaria também uma desaceleração em comparação com 2015.

 

O NECEP refere que os riscos para 2016 passam pela possibilidade de o défice orçamental deste ano ficar acima dos 2,7% do PIB inscritos pelo Governo no Orçamento do Estado. E aí está um dos problemas. É que a Católica espera que o actual ciclo eleitoral dê uma ajuda à economia, mas prejudica as contas públicas, devido aquilo que chama "passividade orçamental".

 

"É, pois, provável, que o défice global se venha a situar nos 3,1% ou 3,2% do PIB como perspectivam, respectivamente, a Comissão Europeia e o FMI", escreve o NECEP. "Tal não deixaria de se constituir como um estímulo adicional de cerca de 0,2 a 0,3 pontos percentuais face ao crescimento tendencial da economia portuguesa que se julga já próximo de 1,5% em termos anualizados (cerca de 0,3% e 0,4% a trimestre)."

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