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Católica melhora previsão de crescimento da economia portuguesa para 1,9%

A queda acentuada da cotação do petróleo levou a Universidade Católica a rever em alta de forma substancial a sua previsão de crescimento para a economia portuguesa este ano. Antecipa que o PIB deverá crescer 1,9%, com a projecção a oscilar entre 1,1% e 2,7%.

Bruno Simão/Negócios
21 de Janeiro de 2015 às 14:17
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O NECEP/CEA – Católica Lisbon reviu em forte alta a sua previsão de crescimento para a economia portuguesa em 2015, citando o efeito da descida acentuada das cotações do petróleo nas contas externas e no consumo privado, bem como outros factores.

 

As novas estimativas apontam para um crescimento do PIB de 1,9% em 2015, bem acima dos 1,3% estimados anteriormente. Esta previsão é a mais elevada divulgada até agora para a economia portuguesa, ficando mesmo acima das estimativas do Governo, que apontam para um crescimento de 1,5% este ano.

 

"O desempenho da economia nacional em 2015, num contexto doméstico de passividade orçamental, dependerá dos desenvolvimentos na Zona Euro e do preço do petróleo", refere a folha trimestral de conjuntura da NECEP, publicada esta quarta-feira, dando conta que "face à incerteza da quantificação do impacto da descida do preço do petróleo no PIB, o NECEP alargou a amplitude do intervalo associado a esta previsão".

 

O centro de estudos da Católica estima que o crescimento do PIB português este ano pode oscilar entre "1,1% e 2,7%, com o limite inferior alinhado com as actuais perspectivas de crescimento para a Zona Euro em 2015".

 

Para o quarto trimestre, a Católica projecta um crescimento de 0,2% em cadeia e 0,3% em termos homólogos, assinalando que caso esta estimativa se concretize, a economia portuguesa terá crescido 0,8% no conjunto do ano passado.

 

"A economia portuguesa parece continuar a sua trajectória de recuperação ligeira, e já estará a beneficiar da descida acentuada do preço do petróleo no segundo semestre do ano", referem os economistas da Católica, acrescentando que as revisões em alta das projecções para 2015, além da queda do petróleo, traduzem também a "aparente resistência do PIB à redução de salários da Função Pública no quarto trimestre e às notícias sobre o bom desempenho das Finanças Públicas ao longo de 2014".

 

Assinala ainda que "a inexistência de consequências óbvias da crise do BES no andamento da economia portuguesa é também um factor que suporta o cenário de continuação da recuperação ténue que se observa desde o início de 2013".

 

Economia entrou em período de "crescimento tendencial modesto mas positivo"

 

Quanto às estimativas para a economia nacional em 2016 (as primeiras efectuadas pela Católica), as projecções apontam para um crescimento do PIB de 1,8%.

 

Esta estimativa é "suportada por um crescimento tendencial mais forte e por uma recuperação cíclica ainda intensa que poderão compensar, em parte, a diluição dos efeitos benéficos associados ao abaixamento do preço do petróleo", diz a Católica, acrescentando que "os riscos de 2016 dependem, acima de tudo, das necessidades de ajustamento orçamental que podem surgir nesse exercício caso se venha a verificar um défice em 2015 superior aos 2,7% inscritos no Orçamento do Estado para este ano".

 

A Católica assinala que a "economia portuguesa parece ter entrado num período com um crescimento tendencial modesto mas positivo", sendo que os "sinais de recuperação cíclica ainda não são suficientemente robustos, nomeadamente, ao nível do investimento, o desemprego permanece num patamar elevado (de dois dígitos) e o significado pleno da descida do preço do petróleo apresenta-se incerto".

 

Quanto à política monetária da Reserva Federal, que deverá este ano iniciar um ciclo de subida de juros, a Católica conclui que tal "não deverá colocar em causa a continuação da recuperação em Portugal".

 

   

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