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Católica: PIB terá crescido 2,7% em 2017, o máximo desde 2000

A economia portuguesa deverá ter crescido 2,7% no ano passado, estimam os economistas da Universidade Católica na sua nota trimestral de conjuntura, na qual apontam um crescimento em torno dos 2,4% este ano.

Miguel Baltazar/Negócios
17 de Janeiro de 2018 às 14:03
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A recuperação cíclica da economia, aliada ao bom momento externo e a uma política orçamental ligeiramente expansionista suportarão o crescimento da economia portuguesa nos próximos anos, que deverá ver o PIB crescer pelo menos 2% ao ano até 2020. Este é o cenário central do NECEP, o núcleo de previsões e análise económica da Universidade Católica que, na sua nota trimestral de conjuntura, aponta para um crescimento de 2,7% do PIB em 2017 e 2,4% em 2018.

"O NECEP estima que, no 4º trimestre de 2017, o PIB tenha registado um crescimento de 0,7% face ao trimestre anterior (0,5% no 3º trimestre) e uma variação homóloga de 2,4% (2,5% no trimestre anterior)", o que resultará num crescimento anual de 2,7%, "o melhor registo desde o ano 2000 quando atingiu 3,8%", lê-se na folha de conjuntura.

A puxar pela economia estiveram o investimento, com um contributo de 1,5 pontos percentuais para o crescimento de 2,7% no ano passado, "especialmente na componente de máquinas e equipamentos" e "as exportações (3,2 pontos percentuais)", de onde destacam naturalmente o turismo, mas não só – os fornecimentos industriais e material de transporte também registaram desempenhos particularmente positivos.

Na frente orçamental, as estimativas do NECEP apontam para um défice de 1,5% do PIB em 2017, embora notem que "a imprensa especializada" noticiou "que o Governo está convicto de que esse défice será inferior a 1,3%", um limite que foi avançado pelo primeiro-ministro há uma semana; e consideram que a provável redução do stock de dívida pública entre 2016 e 2017 "é um marco importante na recuperação da credibilidade externa de Portugal".

Revisão em alta para 2018
O bom momento da economia interna e externa tem também impactos nas previsões de 2018 e anos seguintes. O NECEP aponta agora para um aumento do PIB de 2,4% este ano, uma revisão em alta face aos 2,3% avançados em Outubro. "Esta projecção reflecte a continuação da recuperação económica, embora sem o efeito base favorável que beneficiou o ano de 2017", explicam, prevendo também "um pequeno contributo positivo" da política orçamental, "como resultado do cálculo de um agravamento do défice estrutural na sequência da aprovação do Orçamento do Estado 2018".

O facto da recuperação nacional estar sincronizada com a europeia – a Zona Euro crescerá em torno de 2,4% em 2017 e 2,3% em 2018, espera o NECEP – ajuda nas contas externas, uma vez que impulsiona as exportações, permitindo dessa forma "manter a balança corrente e de capital com saldo positivo, contribuindo para a redução do endividamento externo", explicam.

Assim, este ano, "as variáveis mais dinâmicas" serão "novamente as exportações e o investimento", embora seja também verdade que, ainda assim, o investimento se manterá cerca de 23% abaixo do nível registado em 2010". A expectativa é que as recentes subidas de 'rating' possam contribuir "não apenas para a redução sustentada das taxas de juro da dívida pública, mas também suportar uma recuperação mais rápida do investimento", defendem.

Crescimentos de 2% ou mais até 2020
O cenário para o resto da década é também positivo: 2,2% de crescimento em 2019 e 2% em 2020. Os economistas da Católica justificam estes dados com "perspectivas mais favoráveis sobre o crescimento potencial da economia portuguesa e sobre a envolvente externa", mas avisam que se tratam de previsões com muita incerteza dada a distância temporal.

Entre os principais riscos internos ao desempenho económico nacional evidenciam os "desequilíbrios financeiros do Estado e as necessidades de capital" da banca; enquanto na frente externa, destacam a confusão política na Catalunha, a incerteza quanto ao processos do Brexit e às políticas que venham a ser adoptadas nos EUA.

Qualquer desenvolvimento que possa gerar uma "subida rápida das taxas do juro nos EUA e na zona euro" é o "risco mais crítico" dado o elevado endividamento nacional, avisam, considerando que a evolução da inflação e das expectativas de inflação serão indicadores a manter debaixo de olho ao longo dos próximos anospela implicações que terão nas decisões de juros que serão tomadas pelo BCE pela Fed.

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