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Católica vê economia portuguesa a crescer acima de 2% em 2018 e 2019
A Católica manteve a estimativa de crescimento do PIB português para este ano e melhorou as previsões para os próximos dois anos. A confirmar-se, Portugal crescerá acima de 2% durante três anos seguidos.
A Católica Lisbon Forecasting actualizou esta quarta-feira, 11 de Outubro, as suas previsões para a economia portuguesa, optando por manter a estimativa para este ano e melhorar as previsões para os próximos dois anos.
Para este ano foi mantida a estimativa de que o PIB de Portugal vai crescer 2,7% este ano, tal como tinha antecipado em Julho. "Esta projecção tem por base o bom primeiro semestre do ano, bem como o comportamento da economia da Zona Euro e, ainda, os efeitos desfasados da política orçamental de 2016, agora menos intensos", refere o relatório.
A estimativa da Católica está em linha com a de outras instituições que acompanham a economia portuguesa. O FMI e o Banco de Portugal projectam uma estimativa de crescimento de 2,5% para este ano, enquanto o Conselho de Finanças Públicas (CFP) aponta para um crescimento de 2,7%.
Depois de ter crescido 3% no segundo trimestre, parece já certo que o desempenho da economia portuguesa registará este ano o melhor desempenho desde 2000, ano em que o PIB cresceu 3,8%.
No que diz respeito ao terceiro trimestre deste ano, a Católica antecipa que o "PIB tenha registado um crescimento de 0,8% face ao trimestre anterior e uma variação homóloga de 2,8%", uma previsão que "reflecte a melhoria da situação económica que é transversal aos diversos agregados, incluindo o investimento" e continua a ter um "elevado grau de incerteza".
Três anos a crescer acima de 2%
O primeiro-ministro António Costa tem feito referência à necessidade de que o actual momento da economia portuguesa represente o início de uma "década sustentada de convergência". As estimativas da Católica confirmam esta perspectiva.
Apesar de apontar para um abrandamento da economia portuguesa nos próximos dois anos, a Católica vê a economia portuguesa a crescer acima de 2% em 2018 e 2019, o que a confirmar-se acontecerá pela primeira vez desde o final do século passado (o PIB cresceu sempre acima de 3% entre 1996 e 2000).
Segundo a Católica, a economia portuguesa deverá apresentar um crescimento de 2,3% em 2018, o que represente uma revisão em alta de duas décimas. Para 2019 a estimativa é de um crescimento de 2,1%, o que também representa uma melhoria de duas décimas.
Estas previsões da Católica são mais optimistas do que as avançadas pelo Governo (1,9% em 2018 e 2% em 2019) e de outras instituições como o CFP (2,1% em 2018 e 1,9% em 2019) e o FMI (2% em 2018 e 1,7% em 2019).
A Católica adianta que a melhoria das previsões para o próximo ano surge "após a dissipação dos efeitos pontuais que beneficiam o corrente ano", sendo que "o crescimento tendencial da economia portuguesa apresenta-se agora mais forte do que há apenas três meses". A melhoria para 2019 reflecte as "perspectivas mais favoráveis sobre o crescimento potencial da economia portuguesa e sobre a envolvente externa".
Crescimento "robusto" no investimento e exportações
A Católica salienta que a economia portuguesa continua a sua recuperação cíclica iniciada no primeiro trimestre de 2013, sendo que "apesar do menor crescimento do consumo privado face ao produto, tudo indica que o investimento e as exportações deverão crescer de forma robusta este ano". Pela negativa destaca que o "investimento mantém-se ainda num patamar cerca de 22% abaixo dos níveis registados em 2010, pelo que será importante continuar a observar crescimentos fortes neste agregado, para consolidar a recuperação em curso".
Ao nível das contas externas, a balança corrente e de capital deverá manter-se com saldo positivo "embora pequeno".
No que diz respeito às contas públicas, a Católica adianta que "os desenvolvimentos orçamentais e económicos permitem calcular o novo ponto central para o défice nominal de 1,7%, na ausência de medidas discricionárias de gestão orçamental, próximo do objectivo de 1,5% deste ano".
E acrescenta que "apesar das operações extraordinárias no sector financeiro, o cenário da estabilização da dívida pública em percentagem do PIB este ano parece plausível".
A Católica adverte que "estas projecções estão rodeadas de grande incerteza devido aos desequilíbrios financeiros do Estado e das necessidades de capital no sector financeiro já este ano e nos próximos".