Notícia
Analistas esperam crescimento económico de 3% no segundo trimestre
A economia portuguesa deverá ter crescido, em média, 0,4% em cadeia no segundo trimestre e 3% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com as estimativas dos analistas contactados pela Lusa.
11 de Agosto de 2017 às 09:32
Na comparação homóloga, o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, é a entidade que apresenta a projecção mais optimista (de 3,3%), seguindo-se o BBVA (3%), o Montepio (2,9%) e o ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão (2,8%), o que significa que, em média, a expectativa dos economistas aponta para um crescimento de 3% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Também na comparação com o trimestre anterior, a previsão mais optimista é a do NECEP, que aponta para um crescimento em cadeia de 0,7%, seguindo-se a do BBVA (de 0,4%) e a do Montepio e a do ISEG, de 0,3% em ambos os casos, o que corresponde a um crescimento em cadeia de 0,4% no segundo trimestre, em termos médios.
O economista do NECEP João Borges Assunção disse à Lusa que "estas estimativas têm uma incerteza invulgarmente elevada", sobretudo devido a uma série de efeitos pontuais e de calendário no primeiro trimestre do ano, e admitiu "a possibilidade de um soluço no crescimento em cadeia" que, ainda assim, "será consistente com a continuação da recuperação da economia".
Recordando que, no primeiro trimestre, a procura externa líquida teve "um contributo expressivo" para o crescimento, Borges Assunção diz que este é "um dos efeitos pontuais que dificulta a estimativa do crescimento no segundo trimestre" e espera que, no segundo trimestre, o investimento e o consumo privado "venham a produzir os principais contributos para o crescimento em cadeia do PIB [Produto Interno Bruto]".
O economista-chefe do Montepio Rui Bernardes Serra, por seu lado, prevê que "as exportações observem quer o maior crescimento anual em 2017 (+7,7%), quer o maior contributo para o crescimento da economia" e, quanto às exportações líquidas, antecipa que tenham tido "um ligeiro contributo para o crescimento do PIB (na ordem de 0,1 pontos percentuais)", tendo em conta que se prevê igualmente "um forte crescimento das importações".
Pelo BBVA, o economista-chefe, Miguel Cardoso, indicou à Lusa que haverá no segundo trimestre "uma contribuição da procura externa inferior à observada no primeiro trimestre do ano", antecipando que "as exportações tenham moderado o crescimento, após três trimestres de aumentos muito significativos" e que o consumo privado "tenha continuado a aumentar, ainda que abaixo do observado durante o primeiro trimestre".
Ainda assim, no global, Miguel Cardoso afirma que as exportações deverão "continuar a ajudar o crescimento durante a segunda parte do ano, em consequência da manutenção da recuperação em alguns dos principais parceiros da economia portuguesa e da continuação da percepção da insegurança em alguns destinos que competem com o turismo português".
Já António Ascensão Costa, do ISEG, espera que o consumo privado tenha crescido "bastante mais do que no primeiro trimestre" em termos homólogos, que a formação bruta de capital fixo se tenha "mantido ao nível do trimestre anterior", sendo expectável que, no global, o crescimento homólogo da procura interna "tenha excedido significativamente o do trimestre anterior".
Por oposição, o professor antecipa que a procura externa líquida no segundo trimestre tenha tido um comportamento "bastante menos favorável do que no primeiro trimestre", pelo que deverá ter tido um contributo negativo para o crescimento económico entre Abril e Junho.
Olhando para os factores que podem colocar riscos à evolução da economia no resto do ano, tanto Borges Assunção como Rui Bernardes Serra apontam o elevado endividamento público, as fragilidades do sector bancário e a solidez da consolidação orçamental.
No entanto, do lado positivo, o professor da Universidade Católica refere que "a melhoria da economia na zona euro está a ajudar a economia portuguesa" e o economista-chefe do Montepio indica que "a recuperação do mercado de trabalho poderá continuar a superar as expectativas, suportando maiores crescimentos da procura interna".
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na segunda-feira, 14 de Agosto, a estimativa rápida para o crescimento da economia portuguesa no segundo trimestre, que no primeiro trimestre aumentou 2,8% em termos homólogos e 1% face ao trimestre anterior.
A estimativa oficial mais recente do Governo aponta para um crescimento da economia de 1,8% este ano, depois de ter crescido 1,4% em 2016. No entanto, o ministro das Finanças já admitiu, em entrevista à Reuters, um crescimento superior a 3% entre Abril e Junho deste ano, o que resultará num crescimento anual de mais de 2%.
Também na comparação com o trimestre anterior, a previsão mais optimista é a do NECEP, que aponta para um crescimento em cadeia de 0,7%, seguindo-se a do BBVA (de 0,4%) e a do Montepio e a do ISEG, de 0,3% em ambos os casos, o que corresponde a um crescimento em cadeia de 0,4% no segundo trimestre, em termos médios.
Recordando que, no primeiro trimestre, a procura externa líquida teve "um contributo expressivo" para o crescimento, Borges Assunção diz que este é "um dos efeitos pontuais que dificulta a estimativa do crescimento no segundo trimestre" e espera que, no segundo trimestre, o investimento e o consumo privado "venham a produzir os principais contributos para o crescimento em cadeia do PIB [Produto Interno Bruto]".
O economista-chefe do Montepio Rui Bernardes Serra, por seu lado, prevê que "as exportações observem quer o maior crescimento anual em 2017 (+7,7%), quer o maior contributo para o crescimento da economia" e, quanto às exportações líquidas, antecipa que tenham tido "um ligeiro contributo para o crescimento do PIB (na ordem de 0,1 pontos percentuais)", tendo em conta que se prevê igualmente "um forte crescimento das importações".
Pelo BBVA, o economista-chefe, Miguel Cardoso, indicou à Lusa que haverá no segundo trimestre "uma contribuição da procura externa inferior à observada no primeiro trimestre do ano", antecipando que "as exportações tenham moderado o crescimento, após três trimestres de aumentos muito significativos" e que o consumo privado "tenha continuado a aumentar, ainda que abaixo do observado durante o primeiro trimestre".
Ainda assim, no global, Miguel Cardoso afirma que as exportações deverão "continuar a ajudar o crescimento durante a segunda parte do ano, em consequência da manutenção da recuperação em alguns dos principais parceiros da economia portuguesa e da continuação da percepção da insegurança em alguns destinos que competem com o turismo português".
Já António Ascensão Costa, do ISEG, espera que o consumo privado tenha crescido "bastante mais do que no primeiro trimestre" em termos homólogos, que a formação bruta de capital fixo se tenha "mantido ao nível do trimestre anterior", sendo expectável que, no global, o crescimento homólogo da procura interna "tenha excedido significativamente o do trimestre anterior".
Por oposição, o professor antecipa que a procura externa líquida no segundo trimestre tenha tido um comportamento "bastante menos favorável do que no primeiro trimestre", pelo que deverá ter tido um contributo negativo para o crescimento económico entre Abril e Junho.
Olhando para os factores que podem colocar riscos à evolução da economia no resto do ano, tanto Borges Assunção como Rui Bernardes Serra apontam o elevado endividamento público, as fragilidades do sector bancário e a solidez da consolidação orçamental.
No entanto, do lado positivo, o professor da Universidade Católica refere que "a melhoria da economia na zona euro está a ajudar a economia portuguesa" e o economista-chefe do Montepio indica que "a recuperação do mercado de trabalho poderá continuar a superar as expectativas, suportando maiores crescimentos da procura interna".
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na segunda-feira, 14 de Agosto, a estimativa rápida para o crescimento da economia portuguesa no segundo trimestre, que no primeiro trimestre aumentou 2,8% em termos homólogos e 1% face ao trimestre anterior.
A estimativa oficial mais recente do Governo aponta para um crescimento da economia de 1,8% este ano, depois de ter crescido 1,4% em 2016. No entanto, o ministro das Finanças já admitiu, em entrevista à Reuters, um crescimento superior a 3% entre Abril e Junho deste ano, o que resultará num crescimento anual de mais de 2%.