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ISEG diz que economia pode repetir este ano o crescimento de 2017

A síntese de conjuntura do ISEG aponta para um crescimento económico entre os 2,4% e os 2,8% este ano. Economistas não vêem razões para previsões de abrandamento tão forte como as da Comissão Europeia.

Bloomberg
27 de Fevereiro de 2018 às 11:38
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A economia portuguesa poderá voltar a crescer este ano a um ritmo próximo do verificado em 2017. A projecção é dos economistas do ISEG, que não encontram indicadores que apontem para um abrandamento pronunciado do ritmo de actividade económica e antecipam antes um crescimento do PIB entre os 2,4% e os 2,8%.

"Sendo muito escassa a informação qualitativa e quantitativa actualmente disponível para o corrente ano, tornar-se-ia abusivo ver tendências onde elas não podem ser detectadas", lê-se na síntese económica de conjuntura de Fevereiro do ISEG, publicada esta terça-feira. 

Os economistas argumentam que "o enquadramento externo da economia portuguesa não parece desfavorável", notam que os dados têm vindo a melhorar e que as previsões também. Por isso, discordam das expectativas de Bruxelas: "As mais recentes previsões da Comissão Europeia continuam a manter que o crescimento da área Euro em 2018 será inferior (ainda que de forma ligeira) ao crescimento registado em 2017, e em particular em Portugal, facto para o qual não se encontram razões suficientes nos indicadores e previsões actuais."

Nas previsões de Fevereiro a Comissão Europeia antecipou um crescimento de 2,2% para Portugal, muito abaixo dos 2,7% que se deverão ter verificado no ano passado. Esta projecção coloca também Portugal a divergir da Zona Euro, que deverá crescer 2,3%, nos cálculos de Bruxelas.

Ora, os economistas do ISEG reconhecem que os níveis de crescimento para os diferentes componentes da procura agregada em 2018 "não serão superiores aos que terão ocorrido em 2017", mas ainda assim estimam que essa evolução permita atingir um aumento entre os 2,4% e os 2,8% do PIB.

É que o indicador de tendência da actividade global calculado pelo ISEG, que sintetiza a evolução homóloga de vários outros indicadores quantitativos, apresenta para o último trimestre de 2017 "um nível médio ligeiramente inferior ao dos dois trimestres anteriores (mas não ao do 1º trimestre de 2017)", lê-se na nota de conjuntura. Além disso, "no final do ano este indicador mantém-se num patamar próximo dos mais recentes máximos e sem indicações de aceleração ou desaceleração", somam os economistas.

Para o consumo público, o ISEG antecipa uma estabilização, espera uma subida em torno dos 2,3% para o consumo privado, um aumento de 7,5% no investimento, de 7% nas exportações e 7,3% nas importações.
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