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Bruxelas revê em baixa PIB da Zona Euro para 0,8% este ano. Inflação deve abrandar mais

As previsões económicas de verão da Comissão Europeia apontam para um menor dinamismo da atividade económica este ano, face às previsões iniciais. Economia da Zona Euro deverá crescer 0,8% este ano e 1,3% em 2024. Já a inflação deverá abrandar mais do que o esperado, para 5,6% este ano. Em 2024, passa para 2,9%.

O FMI divulga esta terça-feira as previsões intercalares com novos dados para as grandes economias, incluindo a Zona Euro.
Yves Herman/Reuters
11 de Setembro de 2023 às 10:06
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A Comissão Europeia reviu esta segunda-feira em baixa as projeções de crescimento económico para a Zona Euro, mostrando-se mais pessimista com o crescimento dos países da moeda única. Em vez de 1,1%, Bruxelas antecipa agora que o PIB da Zona Euro cresça 0,8% este ano.

Nas previsões económicas de verão divulgadas esta segunda-feira, o executivo comunitário explica este maior pessimismo sobre a evolução da economia na Zona Euro com o facto de a economia da Zona Euro ter crescido menos do que o esperado nos primeiros seis meses do ano.

"Os dados mais recentes confirmam que a atividade económica na UE foi moderada no primeiro semestre de 2023 depois dos fortes choques que a UE sofreu. A fraca procura interna, em particular no consumo, mostra que os preços elevados e ainda crescentes no consumidor para a maioria dos bens e serviços estão a ter um impacto mais pesado do que o esperado nas previsões da primavera", refere a Comissão Europeia.

Para a União Europeia a 27, a Comissão Europeia projeta um crescimento também de 0,8% este ano, em linha com as projeções de crescimento da Zona Euro, quando nas últimas projeções, divulgadas em maio, previa que o PIB da UE se expandir-se 1%.

A Comissão Europeia reviu também em baixa as previsões económicas para 2024. Bruxelas prevê que a economia da Zona Euro cresça 1,3%, quando antes esperava uma expansão de 1,6%. Na UE, Bruxelas estima que o PIB acelere 1,4%, em vez dos 1,7% avançados anteriormente.

"Espera-se que o crescimento mais fraco na UE se prolongue até 2024, e o impacto da política monetária restritiva continue a restringir a atividade económica. No entanto, prevê-se uma ligeira recuperação do crescimento para o próximo ano, à medida que a inflação continua a diminuir, o mercado de trabalho permanece robusto e o rendimento real das famílias recupera gradualmente", diz.

A Comissão Europeia alerta, no entanto, para a existência de vários riscos, nomeadamente "a guerra da Rússia contra a Ucrânia e as tensões geopolítica". "Além disso, o aperto monetário pode pesar sobre a atividade económica de uma forma mais forte do que o esperado, mas também poderia levar a um abrandamento mais rápido da inflação do que o que poderá acelerar na recuperação dos rendimentos reais. Em contrapartida, as pressões sobre os preços poderão revelar-se mais persistentes", acrescenta.


Inflação desacelera mais do que o esperado este ano
No que toca à inflação, Bruxelas prevê que o índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) abrande mais do que o inicialmente avançado, atingindo 5,6% este ano. Nas últimas previsões, apontava para uma inflação anual de 5,8% entre os 20 países da moeda única. Na UE, a inflação estimada é agora de 6,5% para 2023, o que compara com os anteriores 6,7%.

Para o próximo ano, a Comissão Europeia antevê que a inflação se fixe num valor ligeiramente acima do que tinha avançado, chegando aos 2,9% (e não 2,8% como avançado anteriormente) nos países da Zona Euro. Para o conjunto da União Europeia, a inflação prevista por Bruxelas é de 3,2%, em vez de 3,1%.

A revisão em ligeira alta da inflação para 2024 é explicada pelos preços da energia. A Comissão Europeia estima que os preços dos bens energéticos continuem a abrandar "até ao final de 2023, mas a um ritmo mais lento", antes de voltarem a "acelerar ligeiramente em 2024, impulsionados pelos preços mais elevados do petróleo".

Bruxelas afirma também que a inflação nos serviços "tem sido até agora mais persistente do que o anteriormente esperado", mas deverá "continuar a moderar-se à medida que a procura abranda sob o impacto do aperto da política monetária e de um enfraquecimento do impulso pós-covid". Já os preços dos alimentos e bens industriais não energéticos vão continuar a contribuir para "a redução da inflação ao longo do horizonte de previsão, refletindo também a descida dos preços da produção e a normalização das cadeias de abastecimento".
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