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Comissão Europeia afasta "aumento significativo do desemprego" com economia a travar

Comissão Europeia acredita que o mercado de trabalho vai conseguir manter-se resiliente, apesar da economia europeia crescer menos do que o esperado neste e no próximo ano. Salários nominais devem continuar a subir, mas sem compensar a subida da inflação.

O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, avisa que os efeitos da política monetária mais apertada “vão tornar-se visíveis”.
Olivier Hoslet/Epa
11 de Setembro de 2023 às 11:03
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O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, afirmou esta segunda-feira que não é esperado "um aumento significativo do desemprego" na União Europeia, apesar de a economia dos 27 estar a travar. 

"A reação dos mercados de trabalho em relação ao abrandamento económico [na União Europeia] deverá ser moderada. Isso deve-se à resiliência do mercado de trabalho", disse Paolo Gentiloni, em conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas de verão da Comissão Europeia. 

No relatório com as previsões económicas de verão, a Comissão Europeia acrescenta que "não se espera um aumento significativo do desemprego", apesar de as previsões para o crescimento do PIB europeu serem mais pessimistas. 

A Comissão Europeia reviu esta segunda-feira em baixa as projeções de crescimento económico para a Zona Euro, mostrando-se mais pessimista do que estava quando foram conhecidas as previsões económicas da primavera, em maio. Em vez dos 1,1% avançados inicialmente, Bruxelas antecipa agora que o PIB da Zona Euro cresça 0,8% este ano. Já a União Europeia, deverá crescer 1,3%, em vez de ter uma expansão de 1,6%.

Segundo a Comissão Europeia, "a contínua escassez de mão-de-obra, apesar dos sinais de arrefecimento, e a retenção devido à escassez de competências, deverão limitar a resposta desfasada do mercado de trabalho ao abrandamento económico", o que evitará uma subida acentuada das taxas de desemprego. 

O mercado de trabalho europeu manteve-se "forte no primeiro semestre do ano". Os dados do Eurostat, relativos a julho, mostram que a taxa de desemprego manteve-se inalterada nos 5,9% na UE e nos 6,4% na Zona Euro. Os valores são os mais baixos desde o início das respetivas séries estatísticas. No caso de Portugal, registou-se uma subida homóloga de 1,3% na taxa de desemprego no segundo trimestre deste ano.

Por outro lado, a Comissão Europeia está a prever que os salários nominais cresçam "ainda mais" este ano e no próximo, "mas sem compensar totalmente as perdas registadas no passado em rendimentos reais", devido à elevada subida da inflação e à consequente perda de poder de compra das famílias e empresas.

(Notícia atualizada às 11:42)
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