Notícia
Banco de Portugal revê PIB em baixa para 1,7% mas diz que convergência com o euro continua
Depois de Bruxelas e do CFP, também o Banco de Portugal reviu ligeiramente em baixa a projeção de crescimento para a economia portuguesa este ano. Mas Portugal vai continuar a crescer mais do que a média do euro.
O Banco de Portugal espera que a economia nacional cresça 1,7% este ano, uma décima a menos do que o que antecipava em dezembro. Mesmo assim, a instituição liderada por Carlos Costa antevê que Portugal continue a convergir com a Zona Euro. As expectativas constam do Boletim Económico de março, publicado esta quinta-feira, 28 de março.
A explicar a revisão em baixa da projeção de crescimento está a desilusão do quarto trimestre do ano passado, que teve um comportamento pior do que o antecipado e cujos efeitos se prolongam para este ano. Também o enquadramento externo está um pouco mais negativo, com a procura externa dirigida à economia portuguesa a ser menor.
No boletim, o Banco de Portugal explica que o modelo de crescimento da economia portuguesa está sofrer uma recomposição face ao que se tinha verificado em 2017, e ainda numa parte de 2018. Agora, a subida do PIB nacional estará mais dependente do contributo da procura interna (será de 1,3 pontos percentuais), enquanto o contributo das exportações baixou para metade (os anteriores 0,8 pontos percentuais, para 0,4 pontos).
A justificar o dinamismo da procura interna está um consumo privado mais elevado – num contexto de aumento do rendimento disponível e de progressiva redução do desemprego – e o dinamismo do investimento empresarial. Apesar de se prever uma desaceleração do mercado de habitação, este continuará a dar um bom contributo para o investimento, ao mesmo tempo que o investimento público também deverá dar uma ajuda.
Do lado das exportações, o crescimento vai continuar, mas antecipa-se um ritmo de 3,8%, em que os ganhos de quota de mercado se devem sobretudo ao turismo, também ele a perder algum fôlego.
Tendo em conta que a economia nacional continua dependente de importações seja para consumir ou investir internamente, seja para produzir os bens que exporta, a expectativa é que o saldo comercial se degrade progressivamente, entrando novamente no vermelho em 2020.
Abrandamento é certo, mas Portugal não perde comboio do euro
A previsão de crescimento do Banco de Portugal para 2019 fica assim igual à da Comissão Europeia, apresentada em fevereiro, e uma décima acima da do Conselho das Finanças Públicas, revelada este mês. Já a previsão de crescimento do Ministério das Finanças – que o ministro Mário Centeno preferiu não rever no contexto da primeira notificação enviada ao Eurostat, pelo Procedimento por Défices Excessivo – continua nos 2,2%. A 10 de março, numa entrevista à Bloomberg, o ministro indicou que deverá rever a expectativa de crescimento do PIB no Programa de Estabilidade, que vai apresentar em meados de abril, para cerca de 2%.
Segundo o Banco de Portugal, o ritmo contido da atividade económica deverá prolongar-se para o próximo ano. O Banco de Portugal antecipa que em 2020 o crescimento do PIB seja também de 1,7%, abrandando depois para 1,6% em 2021.
Seja como for, mesmo as projeções mais pessimistas para o crescimento deste ano admitem que a economia nacional vai continuar a convergir com os seus parceiros do euro. A previsão de crescimento do Banco Central Europeu para o conjunto da moeda única é de 1,1% este ano, 1,6% em 2020 e 1,5% em 2021. A confirmar-se, são mais três anos de convergência, num total de cinco anos, depois de uma década perdida.
A explicar a revisão em baixa da projeção de crescimento está a desilusão do quarto trimestre do ano passado, que teve um comportamento pior do que o antecipado e cujos efeitos se prolongam para este ano. Também o enquadramento externo está um pouco mais negativo, com a procura externa dirigida à economia portuguesa a ser menor.
No boletim, o Banco de Portugal explica que o modelo de crescimento da economia portuguesa está sofrer uma recomposição face ao que se tinha verificado em 2017, e ainda numa parte de 2018. Agora, a subida do PIB nacional estará mais dependente do contributo da procura interna (será de 1,3 pontos percentuais), enquanto o contributo das exportações baixou para metade (os anteriores 0,8 pontos percentuais, para 0,4 pontos).
A justificar o dinamismo da procura interna está um consumo privado mais elevado – num contexto de aumento do rendimento disponível e de progressiva redução do desemprego – e o dinamismo do investimento empresarial. Apesar de se prever uma desaceleração do mercado de habitação, este continuará a dar um bom contributo para o investimento, ao mesmo tempo que o investimento público também deverá dar uma ajuda.
Do lado das exportações, o crescimento vai continuar, mas antecipa-se um ritmo de 3,8%, em que os ganhos de quota de mercado se devem sobretudo ao turismo, também ele a perder algum fôlego.
Tendo em conta que a economia nacional continua dependente de importações seja para consumir ou investir internamente, seja para produzir os bens que exporta, a expectativa é que o saldo comercial se degrade progressivamente, entrando novamente no vermelho em 2020.
Abrandamento é certo, mas Portugal não perde comboio do euro
A previsão de crescimento do Banco de Portugal para 2019 fica assim igual à da Comissão Europeia, apresentada em fevereiro, e uma décima acima da do Conselho das Finanças Públicas, revelada este mês. Já a previsão de crescimento do Ministério das Finanças – que o ministro Mário Centeno preferiu não rever no contexto da primeira notificação enviada ao Eurostat, pelo Procedimento por Défices Excessivo – continua nos 2,2%. A 10 de março, numa entrevista à Bloomberg, o ministro indicou que deverá rever a expectativa de crescimento do PIB no Programa de Estabilidade, que vai apresentar em meados de abril, para cerca de 2%.
Segundo o Banco de Portugal, o ritmo contido da atividade económica deverá prolongar-se para o próximo ano. O Banco de Portugal antecipa que em 2020 o crescimento do PIB seja também de 1,7%, abrandando depois para 1,6% em 2021.
Seja como for, mesmo as projeções mais pessimistas para o crescimento deste ano admitem que a economia nacional vai continuar a convergir com os seus parceiros do euro. A previsão de crescimento do Banco Central Europeu para o conjunto da moeda única é de 1,1% este ano, 1,6% em 2020 e 1,5% em 2021. A confirmar-se, são mais três anos de convergência, num total de cinco anos, depois de uma década perdida.