Notícia
Conselho das Finanças Públicas revê PIB em baixa para 1,6% em 2019
A economia vai crescer ainda mais devagar, vai criar menos empregos e os salários vão crescer menos. O CFP está mais pessimista.
A economia portuguesa deverá abrandar ainda mais do que já era esperado. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu em baixa a projeção de crescimento do PIB para 1,6% este ano, antecipando uma redução do ritmo de crescimento progressiva, até atingir os 1,4% em 2023. E avisa que a economia nacional entra na fase negativa do ciclo ainda com "fragilidades a nível interno".
Os números constam do relatório de Situação e Condicionantes 2019-2023, publicado esta quinta-feira, 14 de março. Depois de um ritmo de crescimento de 2,1% em 2018, o organismo agora liderado por Nazaré Costa Cabral espera uma travagem para os 1,6% este ano, e uma manutenção desse ritmo de subida do PIB em 2020. Depois, em 2021 e 2022 a economia deverá voltar a desacelerar, para 1,5%, travando novamente em 2023 para 1,4%.
As projeções agora apresentadas são mais pessimistas do que os números de setembro, refletindo a incorporação da informação sobre a segunda metade de 2018, a degradação da conjuntura externa e o aumento dos riscos para a economia mundial.
"A economia portuguesa aparenta assim ter terminado a fase de expansão e estar a iniciar a fase descendente do ciclo", lê-se na nota sobre o documento distribuída à imprensa.
No relatório, o CFP detalha que a diferença está sobretudo no comportamento que é agora esperado para o investimento, as exportações e as importações. No caso das vendas ao exterior, a revisão em baixa prolonga-se até 2022.
Mas o CFP vai mais longe: Portugal entra na fase mais negativa do ciclo "num enquadramento internacional com riscos acrescidos que podem ter impactos elevados, ainda com fragilidades a nível interno e com um espaço orçamental reduzido", avisa o organismo.
Para o CFP, o elevado nível de endividamento público e privado deixa a economia nacional mais vulnerável, já que fica mais suscetível a subidas das taxas de juro.
A nível externo, os riscos resultam do aumento do protecionismo comercial, da saída do Reino Unido da União Europeia - em que o cenário de uma saída sem acordo ganha cada vez mais força - e do elevado nível de endividamento público e privado à escala global.
Economia cria menos emprego e não sobe tanto os salários
Apesar de o CFP continuar a antecipar uma melhoria progressiva no mercado de trabalho, a evolução será mais lenta do que o verificado até agora. Em 2019, a taxa de desemprego deverá cair para 6,1%, face aos 7% registados no ano passado. Mas depois vai continuando a baixar cada vez mais devagar, estabilizando em 5,6% a partir de 2021.
Também a criação de emprego deverá ser menos pronunciada. Este ano o emprego deverá subir 1,1%, um aumento mais curto do que os 2,3% registados em 2018. No médio prazo, o emprego fica quase estabilizado, subindo apenas 0,3%.
As remunerações também vão desacelerar, crescendo, em termos médios por trabalhador e sem descontar a inflação, 2,3%, menos cinco décimas do que o registado em 2018.
Em contrapartida, a competitividade face ao preço do trabalho deverá aumentar, uma vez que a produtividade aparente do trabalho vai subir, quando em 2018 diminuiu.
Os números constam do relatório de Situação e Condicionantes 2019-2023, publicado esta quinta-feira, 14 de março. Depois de um ritmo de crescimento de 2,1% em 2018, o organismo agora liderado por Nazaré Costa Cabral espera uma travagem para os 1,6% este ano, e uma manutenção desse ritmo de subida do PIB em 2020. Depois, em 2021 e 2022 a economia deverá voltar a desacelerar, para 1,5%, travando novamente em 2023 para 1,4%.
"A economia portuguesa aparenta assim ter terminado a fase de expansão e estar a iniciar a fase descendente do ciclo", lê-se na nota sobre o documento distribuída à imprensa.
No relatório, o CFP detalha que a diferença está sobretudo no comportamento que é agora esperado para o investimento, as exportações e as importações. No caso das vendas ao exterior, a revisão em baixa prolonga-se até 2022.
Mas o CFP vai mais longe: Portugal entra na fase mais negativa do ciclo "num enquadramento internacional com riscos acrescidos que podem ter impactos elevados, ainda com fragilidades a nível interno e com um espaço orçamental reduzido", avisa o organismo.
Para o CFP, o elevado nível de endividamento público e privado deixa a economia nacional mais vulnerável, já que fica mais suscetível a subidas das taxas de juro.
A nível externo, os riscos resultam do aumento do protecionismo comercial, da saída do Reino Unido da União Europeia - em que o cenário de uma saída sem acordo ganha cada vez mais força - e do elevado nível de endividamento público e privado à escala global.
Economia cria menos emprego e não sobe tanto os salários
Apesar de o CFP continuar a antecipar uma melhoria progressiva no mercado de trabalho, a evolução será mais lenta do que o verificado até agora. Em 2019, a taxa de desemprego deverá cair para 6,1%, face aos 7% registados no ano passado. Mas depois vai continuando a baixar cada vez mais devagar, estabilizando em 5,6% a partir de 2021.
Também a criação de emprego deverá ser menos pronunciada. Este ano o emprego deverá subir 1,1%, um aumento mais curto do que os 2,3% registados em 2018. No médio prazo, o emprego fica quase estabilizado, subindo apenas 0,3%.
As remunerações também vão desacelerar, crescendo, em termos médios por trabalhador e sem descontar a inflação, 2,3%, menos cinco décimas do que o registado em 2018.
Em contrapartida, a competitividade face ao preço do trabalho deverá aumentar, uma vez que a produtividade aparente do trabalho vai subir, quando em 2018 diminuiu.