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Portas: Seria "estranho" que o Governo ignorasse as divergências com a troika sobre o défice

A avaliação positiva da troika significa o “fim do programa de assistência económica e financeira”, mas não o fim das obrigações com a Europa, afirmou esta segunda-feira Paulo Portas.

Bruno Simão/Negócios
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O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, referiu esta segunda-feira que seria “estranho” que o Governo deixasse cair as "diferenças" que tem com a troika relativamente ao défice do próximo ano.

 

“A diferença entre o Governo português e a troika relativamente aos limites do défice para 2014 não é uma diferença de agora, é uma diferença expressa em Abril deste ano. Estranho seria que o Governo, em nome do interesse nacional, não mencionasse esse facto. Eu desejo naturalmente que as nossas negociações, que têm muitos pontos a ser tratados, corram da melhor forma para os interesses do nosso País”, afirmou o vice-primeiro-ministro, à saída de uma reunião de concertação social.

 

Aos jornalistas, António Saraiva tinha referido que o Governo disse aos parceiros sociais que desde Junho que está a tentar negociar uma meta de 4,5% do PIB para o próximo ano, em vez de 4% do PIB. O presidente da CIP acrescentou que há “sintonia” entre os parceiros sociais e o Governo “na maior parte das posições" em relação ao "diálogo" com a troika.

 

Paulo Portas afirmou que uma avaliação positiva da troika ao programa de ajustamento, nestas 8º e 9ª avaliações, não significa o fim das “obrigações” com a Europa, mas significa “o fim do programa de assistência económica e financeira”.

 

“Esta oitava e nona avaliação representa um momento importante. Se Portugal conseguir, como todos desejam, passar de forma positiva a 8ª e 9ª avaliações aproxima-se muito significativamente o fim do programa de assistência económica e financeira e isso não significa o fim das nossas obrigações, nomeadamente no plano europeu, mas significa certamente, como eu tenho referido, o fim do tempo de protectorado. Significa que reavemos uma parte da nossa autonomia e da nossa liberdade”.

 

Paulo Portas voltou, uma vez mais, a sublinhar as diferenças entre um programa cautelar e um segundo resgate. “Programa cautelar é o que a Irlanda vai começar a negociar. Segundo resgate é o que a Grécia tem”, ilustrou.

 

O vice-primeiro ministro valorizou o papel da concertação social e referiu que os parceiros sociais salientaram a importância de sublinhar “os sacrifícios e os esforços” já feitos, mas também os “sinais ténues” da economia.

 

A reunião desta segunda-feira serviu para preparar a reunião marcada para esta terça-feira, também em sede de concertação social, onde também estarão os representantes técnicos das instituições da troika.

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