Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

CIP diz que Governo deve concentrar-se no défice e nos juros nas negociações com troika

O presidente da CIP considera que os juros e a meta do défice para 2014 devem concentrar as atenções do Governo na oitava e nona avaliações do programa de ajustamento que começa esta segunda-feira a discutir com a troika.

Bruno Simão/Negócios
16 de Setembro de 2013 às 11:48
  • 4
  • ...

"É bom que se trabalhe em dois patamares distintos, o valor dos juros - os fundos europeus que nos emprestam dinheiro financiam-se a 1,9% e emprestam-nos a 3%, há aqui margem para que a nível do valor dos juros se possa fazer alguma coisa - e depois o défice", afirmou aos jornalistas António Saraiva, entrada da reunião da Comissão Permanente de Concertação Social.

 

A reunião que se encontra a decorrer na sede do Conselho Económico e Social foi convocada pelo Governo para debater com os parceiros sociais as matérias relacionadas com a 8ª e 9ª avaliações do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, e conta com a presença do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, do ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e do secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas.

 

"Terão que nos explicar como passamos de um défice de 5,5% em 2013 para 4% em 2014, quando historicamente a redução nunca foi desta magnitude. Como é que se vai reduzir 1,5 pontos percentuais do Produto Interno Bruto em tão curto tempo", interrogou o líder da Confederação Empresarial de Portugal.

 

"O desenho deste programa de ajustamento não gerou os resultados que se esperavam, é bom que se redesenhe esse programa de ajustamento nestas duas vertentes, a do valor dos juros e os calendários do défice", rematou o líder da CIP.

 

Também à entrada para o mesmo evento, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou que a reunião "devia ser para avaliar as políticas deste Governo, que se traduzem por mais défice, mais dívida, mais desigualdades sociais", mas também para anunciar "a decisão de renegociar a dívida, a paragem da austeridade, de mais protecção dos desempregados e de perspectivas de crescimento económico".

 

Ao invés, considerou ainda Arménio Carlos, esta é "uma reunião para criar uma encenação de que o Governo dialoga, chama os parceiros sociais à segunda-feira, depois impõe cortes e mais medidas de austeridade nos restantes dias da semana".

 

Começa hoje a oitava e nona avaliações da troika (composta pelo Fundo Monetário Internacional [FMI], Banco Central Europeu [BCE] e Comissão Europeia) a Portugal, as primeiras conduzidas por Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, e por Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças.

 

A meta do défice para 2014 - que foi revista em alta para os 4% do Produto Interno Bruto (PIB) na sétima revisão ao programa de assistência e que o Governo quer voltar a rever, agora para os 4,5% - e a adopção de um programa cautelar serão dois dos temas em negociação pelo Governo e pela troika na oitava e nova avaliação que hoje começa, dois assuntos em que há divergências entre o Executivo e os credores internacionais.

 

A implementação de um programa cautelar em Portugal após o actual programa, em Junho de 2014, deverá ser outro dos assuntos em cima da mesa das conversações.

Ver comentários
Saber mais CIP troika ajuda externa António Saraiva parceiros sociais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio