Opinião
O "time to market", os automóveis e o consumidor
A concorrência é provavelmente o maior responsável pela criação de valor para os consumidores
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A concorrência é provavelmente o maior responsável pela criação de valor para os consumidores: a marca 'A' inventa um produto e a marca 'B' responde com outro, desejavelmente melhor… e mais barato. Tudo isto regado a sofisticadas técnicas de marketing.
A queda das barreiras comerciais fez aumentar a concorrência, provocando uma redução do ciclo de vida dos produtos e baixa de preços. Um dos sectores que mais ganhou com isto foi a construção automóvel: novos motores, design inovador, mais segurança, preços mais baixos... Há 15 anos um modelo "aguentava" seis ou sete anos; hoje dificilmente chega aos quatro, mesmo em marcas de prestígio. A quebra de preços, por sua vez, beneficiou com o outsourcing do fabrico de componentes, por vezes recorrendo a empresas com pouca tradição no sector.
O problema é que nem tudo são rosas: a quebra de preços e a redução do tempo para testar inovações trouxeram consigo uma quebra de qualidade que se acentuou nos últimos anos. Como prova o aumento dos "recalls" nas marcas de prestígio e associadas a qualidade imbatível (v.g.Mercedes e Toyota).
Um estudo da revista "Auto Bild", reproduzido pela "Auto Foco", mostra até que ponto marcas tradicionalmente líderes, estão a ser afectadas por estes problemas. De tal forma que o primeiro lugar do estudo (que começou a ser feito em 2001) passou a ser ocupado por um "intruso": a Hyundai, uma empresa que até 2003 nem sequer aparecia nos 15 primeiros. A concorrência tem custos? Tem. Mas não é nada que o próprio mercado não corrija. Com um ganhador óbvio: o consumidor. Sempre ele.
A queda das barreiras comerciais fez aumentar a concorrência, provocando uma redução do ciclo de vida dos produtos e baixa de preços. Um dos sectores que mais ganhou com isto foi a construção automóvel: novos motores, design inovador, mais segurança, preços mais baixos... Há 15 anos um modelo "aguentava" seis ou sete anos; hoje dificilmente chega aos quatro, mesmo em marcas de prestígio. A quebra de preços, por sua vez, beneficiou com o outsourcing do fabrico de componentes, por vezes recorrendo a empresas com pouca tradição no sector.
O problema é que nem tudo são rosas: a quebra de preços e a redução do tempo para testar inovações trouxeram consigo uma quebra de qualidade que se acentuou nos últimos anos. Como prova o aumento dos "recalls" nas marcas de prestígio e associadas a qualidade imbatível (v.g.Mercedes e Toyota).
camilolourenco@gmail.com
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