Opinião
O Executivo Autárquico e os sistemas de suporte à decisão
A decisão sobre como recuperar o equilíbrio financeiro das autarquias passa por efectuar uma avaliação rigorosa do impacto da redução da Sisa. Por Ana Miranda, We Do Consulting
Possuir uma visão clara do desempenho das diferentes áreas de competência de uma autarquia - administração de pessoal, aprovisionamento, gestão do património, licenciamento e obras públicas, gestão de águas, contabilidade autárquica, entre outras - é condição fundamental para o Executivo Autárquico gerir eficazmente a sua autarquia.
Gerir, implica a existência de métricas que permitam uma base tangível para avaliação e conhecimento, quer sobre um determinado dado específico, quer numa perspectiva mais global. Tomar decisões, pressupõe a existência de informação relevante, fiável, consolidada e sempre disponível.
Na grande maioria dos casos, para se conseguir uma visão integrada do desempenho de uma autarquia é necessário consolidar a informação dispersa pelos diferentes sistemas, de forma manual, morosa, e sujeita a erros e inconsistências.
Assim sendo, é importante que as Autarquias invistam na sua capacidade de explorar informação, tendo em vista a monitorização do seu desempenho, a detecção de desvios face ao planeado, tomando as medidas correctivas necessárias e providenciando respostas rápidas.&p>
Para tal, os autarcas deveriam possuir sistemas de suporte à decisão que forneçam informação agregada e actualizada, com base na qual poderiam tomar decisões devidamente fundamentadas.
Vejamos, como exemplo, a entrada em vigor das novas taxas de Sisa. Esta medida, apesar de positiva do ponto de vista da revitalização do sector imobiliário e de maior justiça para os cidadãos coloca às autarquias, alguns constrangimentos financeiros no curto prazo.
Sendo que a Sisa representa mais de 20% das receitas próprias das autarquias, cabe aos autarcas tomarem algumas decisões e definirem um plano de contingência para a gestão das finanças locais.
A decisão sobre como recuperar o equilíbrio financeiro das autarquias passa por efectuar uma avaliação rigorosa do impacto da redução da Sisa. É necessário balancear contrapartidas, variando entre aumentos nos tarifários dos serviços prestados e eventuais cortes na despesa corrente.
Para se saber quanto é necessário aumentar em cada item das receitas, e até onde é possível cortar nas despesas, é preciso conhecer a situação actual e construir cenários hipotéticos.
Esta é a função de um sistema de suporte à decisão para executivos: fornecer uma visão sumária, agregada, actual e fiável do desempenho de uma organização, de forma a suportar a actividade de gestão e um processo informado na tomada de decisões.
No caso autárquico, um sistema de suporte à decisão, representa a capacidade de ter disponível toda a informação relevante, de forma simples e intuitiva, possibilitando facilmente, gerar relatórios, gráficos com diversos níveis de detalhe, e a definição de alarmes sempre que algo aconteça fora do previsto.
Este sistema suporta as necessidades analíticas de vários perfis de utilizadores, apresentando diferentes vistas sobre a mesma informação, informação esta que se encontra disponível num único repositório de dados.
A adopção deste tipo de plataformas potencia uma maior eficácia das autarquias, e obviamente, permite garantir um melhor serviço aos cidadãos.
Por Ana MirandaGestora de Produto da WeDo Consulting