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Conta-me histórias (autênticas)!

As universidades portuguesas também contam histórias longas e ricas, com raízes que remontam ao século XIII.

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As universidades, tal como as pessoas, têm histórias que definem a sua essência, princípios, e feitos coletivos da comunidade académica. Partilhando histórias as universidades conectam-se com o seu público, estimulando um sentido de orgulho e pertença entre os seus membros. Uma narrativa ancorada numa boa história é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento da marca e da diferenciação, afirmando a missão e identidade distinta entre estudantes, professores, funcionários não docentes, alumni e a comunidade em geral.

“Contar histórias” é uma prática intemporal, transmite conhecimento, cultura e identidade. Implica representar de forma genuína e transparente a identidade da instituição e refletir verdadeiramente sobre a sua personalidade, os seus pontos fortes e principais desafios. Todavia, apenas quando são verdadeiras as narrativas ressoam nas audiências, gerando confiança e promovendo uma perceção de credibilidade. Escolas de prestígio ilustram o poder da narração de histórias na formação da sua imagem, relatando contextos históricos, diversidade cultural, excelência académica, inovação, ou a experiência de estudantes no espaço universitário.

Harvard destaca o compromisso com a excelência, inovação e impacto na sociedade, enfatizando o legado histórico na investigação inovadora e liderança global. Stanford mostra o espírito empreendedor de Silicon Valley na inovação tecnológica e no desenvolvimento desta indústria. A narrativa de Oxford assenta na história centenária, na tradição, na excelência académica e no rigor intelectual.

As universidades portuguesas também contam histórias longas e ricas, com raízes que remontam ao século XIII. A Universidade de Lisboa apela às suas origens, com a criação do Estudo Geral (Universidade) em Lisboa, pelo Rei D. Dinis, em 1 de março de 1290, posicionando-se como uma das mais antigas instituições de ensino superior em operação contínua em todo o mundo. Este contexto histórico é cativante para a narração de histórias, permitindo realçar a resiliência, adaptabilidade e compromisso na difusão do conhecimento. E o ISEG também é um bom exemplo pela sua resiliência no ensino da economia e da gestão, desde 1911.

A excelência académica é outro aspeto basilar para narração a realizar pelas universidades, utilizando o desempenho do corpo docente, a investigação e a formação nos vários ciclos de estudos para elaborar narrativas que as posicionam como centros de excelência intelectual.

A autenticidade provém da quantidade e qualidade das parcerias internacionais no ensino e na investigação, afirmando o compromisso em proporcionar aos estudantes uma educação abrangente e internacionalmente relevante.

A diversidade e a inclusão são também componentes frequentes em histórias autênticas contadas pelas instituições académicas exibindo, nomeadamente, experiências enriquecedoras no acolhimento de estudantes internacionais, bem como mentalidades abertas no ensino e na investigação.

A narrativa também se pode focar na experiência dos estudantes, retratando comunidades de alunos vibrantes e solidárias, dando voz aos estudantes e ao alumni, levando a narrativa para lá das conquistas académicas e descrevendo uma experiência educativa holística.

Note-se que as histórias não devem ser contadas apenas a públicos externos. A coesão interna também sai beneficiada com estas narrativas, unindo a comunidade académica e promovendo um sentimento de orgulho, pertença e propósito.

E deve atentar-se que apenas com o envolvimento de todas as partes interessadas na cocriação da história da Escola se consegue garantir a continuidade de uma mensagem relevante, ressonante e autêntica.

A narração de histórias desempenha um papel fundamental na formação da identidade das universidades. As narrativas criam pontes com “stakeholders”, comunicando valores, conquistas e aspirações. A complexidade do ensino superior contemporâneo, incluindo a competição pelos melhores estudantes e pelos melhores docentes e não docentes, é tentadora no exagero das conquistas. Contudo, para serem autênticas as escolas têm de ser transparentes nos seus sucessos e limitações, reconhecendo a natureza dinâmica da vida académica. É preciso manter o equilíbrio permanente entre a essência da educação clássica e a sua evolução, com desafios emergentes como a inteligência artificial.

O passado por si só não justifica o futuro, mas, narrativas conhecidas, relevantes e coerentes, são essenciais para conhecer melhor o lugar onde o estudante, professor ou funcionário vai passar uma parte importante da sua vida.

 

A narração de histórias desempenha um papel fundamental na formação da identidade das universidades.
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