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17 de Agosto de 2007 às 12:57

Bush e Sarkosy: o início da lua-de-mel

George W. Bush descobriu na semana passada que a estátua de Lafayette, que domina a praça frente à entrada principal da Casa Branca, afinal celebra um aliado decisivo na guerra de independência da América contra o domínio britânico.

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George W. Bush descobriu na semana passada que a estátua de Lafayette, que domina a praça frente à entrada principal da Casa Branca, afinal celebra um aliado decisivo na guerra de independência da América contra o domínio britânico.

Ironicamente, depois da Segunda Guerra Mundial, a França era a "bête noire" dos EUA e vice-versa, mesmo que as tropas americanas tivessem desempenhado um importante papel na libertação da França do jugo nazi.

Nicholas Sarkozy descobriu isso mesmo e de repente as rivalidades iniciadas pelo velho general Charles De Gaulle acabaram, desapareceram da história, nunca existira.

George W. Bush, mão no ombro de Sarkozy, proclamava a França um país amigo dos Estados Unidos dando ao Presidente francês um tratamento normalmente reservado aos seus aliados britânicos, antiga potencia colonial de quem os franceses ajudaram a libertar-se.

As "french fries" banidas dos restaurantes quando Chirac recusou apoiar a guerra conta o Iraque voltaram a estar na moda. "Les bons esprits se rencontrent." Nicholas Sarkozy durante a sua campanha evitara tocar nas relações com os EUA, frias de há décadas desde que o general De Gaulle proclamou a independência da França no seio da NATO, chegando mesmo a abandonar a estrutura militar da organização.

Um regresso que timidamente François Mitterrand promoveu mas apenas às estruturas políticas.

Sem muito para celebrarem Bush e Sarkozy prestaram homenagem aos soldados dos dois lados caídos em defesa do outro.

Não chegaram ao ponto de dizer que os desacordos haviam desaparecido de um momento para o outro. George W. Bush admitiu que "há evidentemente desacordos, o Iraque é um deles", mas o Presidente norte-americano fugiu aos desacordos para sublinhar os interesses comuns, na economia, na construção democrática e inevitavelmente na guerra contra o terrorismo.

O espantoso do encontro foi a reacção dos franceses normalmente pouco simpatizantes dos americanos, pelo menos em público, mas que em privado vão copiando (ou adaptando e evidentemente melhorando, ou não fossem franceses) alguns dos hábitos transatlânticos.

A agenda porém não é pacífica, a começar na guerra Boeing/Airbus para se estender à agricultura. Mas Sarkozy parece poder contar com o apoio dos franceses mais novos. Ségolène Royal, surpreendentemente, estava fora de tom na sua campanha eleitoral. Afinal, os franceses tinham pelos americanos uma afeição escondida e Washington não desperdiça o apoio de mais um conservador no Conselho Europeu.

Um apoio que lhe chega quando George W. Bush já é, como os americanos dizem ,"a lame duck" no final de mandato. Estamos para ver se a amizade será duradoura ou se um novo Presidente, provavelmente democrata, aceitará tanto conservadorismo de Nicholas Sarkozy.

Para já novo encontro agendado em Setembro na assembleia geral da ONU seguido de uma visita de Bush a França. Quanta água passará ainda debaixo da ponte?

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