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26 de Outubro de 2007 às 13:59

Europeus amigos dos EUA duvidam de Bush

Com a vitória de Ângela Merkel, a entrada de Gordon Brown na cena britânica e finalmente a eleição de Sarkozy poderia pensar-se que os tempos começaram a mudar para o Presidente norte-americano. Contudo, é o contrário que parece verdadeiro. Um contra-sens

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A chanceler alemã sente-se mais próxima dos Estados Unidos e da sua política económica, como o fazem Gordon Brown e, espante-se, Nicholas Sarkozy. Em França, pela primeira vez, há mais de quarenta anos um candidato presidencial (hoje presidente) teve a ousadia de elogias a “bête noire” dos franceses, o seu inimigo de estimação – os Estados Unidos. E ganhou as eleições.

Com Gordon Brown não houve surpresas. “Hands accross the Ocean”, o mote de todos os políticos britânicos desde que se conformaram com a independência da sua ex-colónia, e muito particularmente dos seus dois últimos dirigentes mais fortes, a baronesa Thatcher e o trabalhista Tony Blair.

Ângela Merkel é bem mais reservada mas não esconde o seu interesse pelos EUA.

Nicholas Sarkozy apressou-se a visitar Bush após a sua eleição. Os sorrisos para as câmaras não esconderam porém as divergências profundas quanto ao Iraque e até Afeganistão. Sarkozy simpatiza com a política americana para a criação de empregos e geração de riqueza para as empresas mas não “engole” a política externa de George Bush. Ao contrário de Chirac, porém o novo Presidente não é estridente nas suas declarações, mas vago e elusivo.

Já Gordon Brown não vê em Bush o modelo que Tony Blair apoiava. A economia britânica cresce numa bolha e Brown sabe-o bem, não tivesse sido “Chancellor of the Exchequer” autor da política financeira britânica e feroz opositor ao euro. A economia cresce mas com um défice acima de 3.5 por cento e os britânicos vivem acima das suas possibilidades. A consolidação económica e financeira é uma das prioridades de Brown que terá de adoptar medidas pouco populares. O que irá compensar com a já iniciada retirada das tropas britânicas do Iraque e o anúncio de novas retiradas de efectivos de Basra, uma zona petrolífera de conflito inter xiita, e a garantia de que no Natal de 2008 não haverá tropas britânicas no Iraque.

Já Sarkozy fala de diplomacia e tal como Merkel não apoia um ataque ao Irão nem um reforço de efectivos no Iraque.

George W. Bush passou a ter nos Governos Europeus potenciais aliados políticos, partilhando as mesmas ideologias (ou quase) mas ferozes (ou pelo menos decididos) opositores à política de Bush no Iraque.

Os Estados Unidos e a União Europeia, mais do que nunca, têm condições de aproximação com as novas lideranças europeias mas provavelmente os desenvolvimentos substantivos terão de esperar por um novo Presidente nos Estados Unidos.

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