Opinião
A necessidade de focalizar as empresas portuguesas
Portugal é neste momento o 8º país mais envelhecido do Mundo.
Um estudo recente revela que em 2021 os portugueses com menos de 15 anos serão apenas 13% da população, contra 21% dos idosos. A concentração nas cidades do litoral, em detrimento das do interior, levará ao aumento da desertificação desta última região. Outro aspecto a assombrar as empresas é o facto de os jovens com talento saírem para economias mais distantes da portuguesa, o que leva à necessidade de criar raízes para estes jovens, face a um dos factores negativos: a precariedade do primeiro emprego.
Segundo dados do INE, em 2050 os residentes em Portugal serão menos de 10 milhões, concretamente, e segundo os números mais recentes, cerca de 9,3 milhões. Nos últimos anos, o número de pessoas com mais de 70 anos quase duplicou, sendo actualmente 1,2 milhões.
Com população mais envelhecida é necessário ajustar os produtos e logicamente a estrutura das próprias empresas. Com a população mais envelhecida existem novas áreas de equipamentos necessários como os de lazer e saúde. Também os perfis de consumo irão alterar-se, a própria programação televisiva terá que ser ajustada a esta nova realidade, pois terá que considerar uma população mais sénior. Os carros tenderão a ser mais pequenos e, quem sabe, com mudanças automáticas para facilitar o dia-a-dia…
Outro impacto importante é ao nível do mercado de trabalho. Actualmente, e conforme podemos analisar, por cada 100 pessoas que deixam a idade activa entram 143 pessoas no mercado de trabalho. Mas também aqui as coisas estão a mudar. A curto prazo a relação entre o número de pessoas que entra no mercado de trabalho será inferior ao número das que deixam a idade activa. No ano de 2007, e pela primeira vez em mais de um século, o número de mortos foi superior ao de nascimentos, 103.727 contra os 102.213
Em 100 anos de análise de Portugal verificamos que a esperança média de vida mais do que duplicou. No início do Séc. XX a esperança média de vida de um homem europeu era de 47 anos e de uma mulher 50 anos. Espera-se que em 2020 as mulheres tenham uma esperança média de vida de 83 anos e os homens de 76.
Assim torna-se urgente "repensar" as empresas, a economia e em especial olhar para os "clientes do futuro". Ter uma estratégia de longo prazo e não uma táctica de curto prazo.
Director de Crédito e Riscos Financeiros da MDS - Consultores de Seguros e Risco
mpolonia@sonae.pt
Segundo dados do INE, em 2050 os residentes em Portugal serão menos de 10 milhões, concretamente, e segundo os números mais recentes, cerca de 9,3 milhões. Nos últimos anos, o número de pessoas com mais de 70 anos quase duplicou, sendo actualmente 1,2 milhões.
Outro impacto importante é ao nível do mercado de trabalho. Actualmente, e conforme podemos analisar, por cada 100 pessoas que deixam a idade activa entram 143 pessoas no mercado de trabalho. Mas também aqui as coisas estão a mudar. A curto prazo a relação entre o número de pessoas que entra no mercado de trabalho será inferior ao número das que deixam a idade activa. No ano de 2007, e pela primeira vez em mais de um século, o número de mortos foi superior ao de nascimentos, 103.727 contra os 102.213
Em 100 anos de análise de Portugal verificamos que a esperança média de vida mais do que duplicou. No início do Séc. XX a esperança média de vida de um homem europeu era de 47 anos e de uma mulher 50 anos. Espera-se que em 2020 as mulheres tenham uma esperança média de vida de 83 anos e os homens de 76.
Assim torna-se urgente "repensar" as empresas, a economia e em especial olhar para os "clientes do futuro". Ter uma estratégia de longo prazo e não uma táctica de curto prazo.
Director de Crédito e Riscos Financeiros da MDS - Consultores de Seguros e Risco
mpolonia@sonae.pt
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