Opinião
A face oculta do desemprego
Vista por outro prisma, a população empregada diminuiu nos últimos 12 meses a uma média diária de 540 pessoas.
A estatística é um importante instrumento de avaliação, mas por vezes omite o essencial. Na abordagem do desemprego, isso é mais evidente.
O desemprego não é só uma realidade simetricamente oposta a ter emprego. A sua medida aritmética é apenas a parte visível da face mais oculta que reside numa estigmatização individual de consequências negativas quer do ponto de vista psicológico, quer de estabilidade familiar e de aumento da pobreza potencial ou real.
O desemprego não se esgota nos modelos económicos. É um assunto de gente. Logo de dignidade humana.
Algumas expressões parcelares da taxa de desemprego têm evidenciado que há grupos ou situações mais penalizados.
A taxa de desemprego juvenil chegou aos 39% quando antes da crise era de 18%. 137 mil desempregados licenciados não conseguem encontrar um emprego. Os desempregados de longa duração atingem já 56% do total e o desemprego das pessoas com mais de 45 anos de idade (260 mil) é 30% do total. A incidência social deste grupo de desempregados é tendencialmente mais grave dada a sua maior rigidez face ao mercado laboral: são "velhos" para reentrarem no mercado e "jovens" para se reformarem.
Se juntarmos as pessoas inactivas que, embora disponíveis para trabalhar desistiram de procurar activamente trabalho, o desemprego atinge 1,120 milhões de pessoas. Ou seja, uma taxa de 20,3%! Isto sem contar com o subemprego de parte dos trabalhadores a tempo parcial (247 mil).
Vista por outro prisma, a população empregada diminuiu nos últimos 12 meses a uma média diária de 540 pessoas.
O aumento brutal de impostos retirando recursos às famílias é um factor potenciador do desemprego. Mesmo havendo políticas activas de emprego que mais não são do que um modesto, mas caro paliativo.
Economista e ex-ministro das Finanças em governo PSD/CDS
O desemprego não é só uma realidade simetricamente oposta a ter emprego. A sua medida aritmética é apenas a parte visível da face mais oculta que reside numa estigmatização individual de consequências negativas quer do ponto de vista psicológico, quer de estabilidade familiar e de aumento da pobreza potencial ou real.
Algumas expressões parcelares da taxa de desemprego têm evidenciado que há grupos ou situações mais penalizados.
A taxa de desemprego juvenil chegou aos 39% quando antes da crise era de 18%. 137 mil desempregados licenciados não conseguem encontrar um emprego. Os desempregados de longa duração atingem já 56% do total e o desemprego das pessoas com mais de 45 anos de idade (260 mil) é 30% do total. A incidência social deste grupo de desempregados é tendencialmente mais grave dada a sua maior rigidez face ao mercado laboral: são "velhos" para reentrarem no mercado e "jovens" para se reformarem.
Se juntarmos as pessoas inactivas que, embora disponíveis para trabalhar desistiram de procurar activamente trabalho, o desemprego atinge 1,120 milhões de pessoas. Ou seja, uma taxa de 20,3%! Isto sem contar com o subemprego de parte dos trabalhadores a tempo parcial (247 mil).
Vista por outro prisma, a população empregada diminuiu nos últimos 12 meses a uma média diária de 540 pessoas.
O aumento brutal de impostos retirando recursos às famílias é um factor potenciador do desemprego. Mesmo havendo políticas activas de emprego que mais não são do que um modesto, mas caro paliativo.
Economista e ex-ministro das Finanças em governo PSD/CDS
Mais artigos de Opinião
Banalidades e excessos
25.12.2012
Advento, vento e invento
19.12.2012
A[c]ta ou desata?
11.12.2012
A hierarquia na coligação
04.12.2012
A desunião europeia
27.11.2012
A face oculta do desemprego
20.11.2012