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Um debate de regresso ao passado com Sócrates presente

O debate entre António Costa e Pedro Passos Coelhos para as legislativas de 4 de Outubro foi um regresso ao passado, sem novidades. Faltou muito olhar para o futuro. Uma análise rápida ao que se viu e ouviu.

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Sim, percebeu-se que António Costa e Pedro Passos Coelho têm dois projectos diferentes para o país. Porque esteve nas entrelinhas, porque já sabemos o que cada um pensa, porque conhecemos os programas explícitos ou implícitos do PS e da Coligação.

Quem se ligou pela primeira vez aos projectos dos dois candidatos a primeiro-ministro não identificou as diferenças. Assistiu a um regresso ao passado, com Sócrates presente. Assistiu a um debate pela negativa.


Pedro Passos Coelho e António Costa esqueceram-se da razão pela qual estavam frente-a-frente. No debate conjunto RTP, SIC e TVI não falaram para as pessoas, esgrimiram argumentos um com o outro como se estivessem a discutir sem que tivessem de esclarecer ninguém. Tentaram, cada um com as suas armas, desacreditar-se um ao outro.


Costa acusou Passos Coelho de não cumprir promessas. Passos acusou Costa de querer aplicar o mesmo programa que o seu antecessor José Sócrates. Não faltou até a ironia com Costa a dizer que Passos tinha saudades de debater com Sócrates e Passos a responder que não era muito diferente.


Estiveram tão desligados das pessoas que chegaram ao ponto de usar termos tão técnicos como "plafonamento vertical" e "plafonamento horizontal", expressões apenas acessíveis a especialistas em segurança social.


Debater pela negativa como aconteceu não é na actual conjuntura o melhor caminho. Pedro Passos Coelho e António Costa perderam a oportunidade de transmitir aos portugueses uma mensagem de confiança no futuro.


Ficamos apenas com uma certeza, se alguma se pode ter em política. Passos e Costa não estão talhados para governar em conjunto. Dificilmente poderemos esperar um bloco central com Passos e Costa juntos. Porque têm projectos muito diferentes para o País. O que coloca um enorme desafio nestas eleições em que não se antecipa uma maioria absoluta para ninguém. 

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