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Primeiro dia, primeiro momento oficial, primeira quebra de protocolo. Momentos antes de tomar posse como 20.º Presidente da República portuguesa, a 9 de Março, Marcelo Rebelo de Sousa chega, tranquilamente, a pé, ao edifício do Parlamento. "Venho de casa dos meus pais, fiz o caminho que fiz muitas vezes para a escola." Estava dada a explicação para a dispensa da viatura habitualmente utilizada pelos seus antecessores.
Marcelo toma posse, assegurando que irá ser um Presidente de "todos sem excepção". Já na altura o seu grau de popularidade é invejável. As manifestações públicas nos primeiros dias do mandato mostram-no. Entra no Palácio de Belém aplaudido por uma multidão e é recebido em festa na cidade do Porto, onde distribui beijos, abraços muitos "dedos de conversa" e até se estreia a cantar "rap". Torna-se o Presidente dos "afectos".
Uma sondagem divulgada na altura dá nota de que 88,7% dos portugueses lhe auguram uma melhor prestação face ao seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, que se despede de Belém com níveis de popularidade historicamente baixos e sob o ambiente crispado do mau relacionamento institucional com António Costa e a sua solução de Governo apoiado pelas esquerdas.
Curiosamente, Cavaco deixa a Presidência da República poucos dias depois de liderar um Conselho de Ministros do Executivo cuja formação procurou evitar. Foi um 3 de Março dedicado a um dos seus temas de eleição: a economia do mar.
No mundo financeiro, fica a saber-se que os accionistas do BCP se predispõem à entrada de um novo accionista. Também por estes dias, começa a desenhar-se um entendimento entre o CaixaBank e Isabel dos Santos sobre o BPI, nomeadamente em torno da desblindagem dos estatutos do banco. Muita tinta correrá até que tal se concretize.
No início do mês completam-se os primeiros 100 dias de Governo e o Orçamento do Estado para 2016 entra na fase decisiva de discussão no Parlamento. Enquanto Mário Centeno defende as virtudes de uma proposta amplamente negociada com os partidos de esquerda, a oposição, sob a batuta de Pedro Passos Coelho, exige saber que "plano B" foi prometido a Bruxelas para que a Comissão Europeia pudesse avalizar as contas portuguesas.
A insistência na apresentação do chamado "Plano B" é, por esta altura, a arma muitas vezes esgrimida pela oposição ao Governo, em particular por parte do PSD, de que o CDS-PP procura, aos poucos, ganhar alguma distância. Com Paulo Portas demissionário da liderança do partido, a 13 de Março Assunção Cristas sucede-lhe e é já na condição de presidente do CDS que, três dias depois, assiste à votação final global do Orçamento do Estado.
No discurso de encerramento do debate sobre o Orçamento, o ministro das Finanças, Mário Centeno, destaca as escolhas políticas que, em sua opinião, permitirão dar resposta aos desígnios nacional e europeu: medidas de reposição de rendimento, para consumo interno, e de respeito pelas regras europeias, para agradar a Bruxelas.
A aprovação do Orçamento ocorre a 16 de Março. O acto é saudado de pé e com aplausos pelas bancadas parlamentares da chamada Geringonça - PS, Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista os Verdes. O diploma segue na semana seguinte para Belém. Marcelo promulga-o. Numa declaração ao país, explica que "a política é a arte do possível" e justifica assim o seu "sim", apesar das dúvidas que a execução do orçamento lhe suscita.
Inédita União à esquerda aprova Orçamento : A aprovação foi saudada de pé e com aplausos das bancadas socialista, bloquista, comunista e ecologista. A 16 de Março, a inédita "geringonça" dava luz verde ao primeiro Orçamento do Estado do Governo liderado por António Costa, após seis semanas de discussão e de negociação. Momentos antes, no discurso com que encerraria o debate, o ministro das Finanças, Mário Centeno, destacava as escolhas do Orçamento que, em sua opinião, permitiriam dar resposta aos desígnios nacional e europeu: medidas de reposição de rendimento, para consumo interno, e de respeito pelas regras europeias, para agradar a Bruxelas.
Marcelo toma posse, assegurando que irá ser um Presidente de "todos sem excepção". Já na altura o seu grau de popularidade é invejável. As manifestações públicas nos primeiros dias do mandato mostram-no. Entra no Palácio de Belém aplaudido por uma multidão e é recebido em festa na cidade do Porto, onde distribui beijos, abraços muitos "dedos de conversa" e até se estreia a cantar "rap". Torna-se o Presidente dos "afectos".
Uma sondagem divulgada na altura dá nota de que 88,7% dos portugueses lhe auguram uma melhor prestação face ao seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, que se despede de Belém com níveis de popularidade historicamente baixos e sob o ambiente crispado do mau relacionamento institucional com António Costa e a sua solução de Governo apoiado pelas esquerdas.
Curiosamente, Cavaco deixa a Presidência da República poucos dias depois de liderar um Conselho de Ministros do Executivo cuja formação procurou evitar. Foi um 3 de Março dedicado a um dos seus temas de eleição: a economia do mar.
No mundo financeiro, fica a saber-se que os accionistas do BCP se predispõem à entrada de um novo accionista. Também por estes dias, começa a desenhar-se um entendimento entre o CaixaBank e Isabel dos Santos sobre o BPI, nomeadamente em torno da desblindagem dos estatutos do banco. Muita tinta correrá até que tal se concretize.
No início do mês completam-se os primeiros 100 dias de Governo e o Orçamento do Estado para 2016 entra na fase decisiva de discussão no Parlamento. Enquanto Mário Centeno defende as virtudes de uma proposta amplamente negociada com os partidos de esquerda, a oposição, sob a batuta de Pedro Passos Coelho, exige saber que "plano B" foi prometido a Bruxelas para que a Comissão Europeia pudesse avalizar as contas portuguesas.
A insistência na apresentação do chamado "Plano B" é, por esta altura, a arma muitas vezes esgrimida pela oposição ao Governo, em particular por parte do PSD, de que o CDS-PP procura, aos poucos, ganhar alguma distância. Com Paulo Portas demissionário da liderança do partido, a 13 de Março Assunção Cristas sucede-lhe e é já na condição de presidente do CDS que, três dias depois, assiste à votação final global do Orçamento do Estado.
No discurso de encerramento do debate sobre o Orçamento, o ministro das Finanças, Mário Centeno, destaca as escolhas políticas que, em sua opinião, permitirão dar resposta aos desígnios nacional e europeu: medidas de reposição de rendimento, para consumo interno, e de respeito pelas regras europeias, para agradar a Bruxelas.
A aprovação do Orçamento ocorre a 16 de Março. O acto é saudado de pé e com aplausos pelas bancadas parlamentares da chamada Geringonça - PS, Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista os Verdes. O diploma segue na semana seguinte para Belém. Marcelo promulga-o. Numa declaração ao país, explica que "a política é a arte do possível" e justifica assim o seu "sim", apesar das dúvidas que a execução do orçamento lhe suscita.
Inédita União à esquerda aprova Orçamento : A aprovação foi saudada de pé e com aplausos das bancadas socialista, bloquista, comunista e ecologista. A 16 de Março, a inédita "geringonça" dava luz verde ao primeiro Orçamento do Estado do Governo liderado por António Costa, após seis semanas de discussão e de negociação. Momentos antes, no discurso com que encerraria o debate, o ministro das Finanças, Mário Centeno, destacava as escolhas do Orçamento que, em sua opinião, permitiriam dar resposta aos desígnios nacional e europeu: medidas de reposição de rendimento, para consumo interno, e de respeito pelas regras europeias, para agradar a Bruxelas.
A capa
9 de Março
Em dia de tomada de posse antecipavam-se os desafios imediatos para o novo Presidente. Na calha estava a apreciação para breve de um Orçamento do Estado. E uma sondagem antecipava os inéditos níveis de popularidade de Marcelo: 88,7% dos portugueses acreditavam que viria a ser melhor Chefe de Estado que Cavaco Silva.