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O diagnóstico não deixou margem para dúvidas: "sérias dificuldades de recebimento"; "mais de um semestre de atraso, chegando por vezes a 12 meses"; "regresso ao incumprimento"; "alteração dos projectos de internacionalização". As empresas portuguesas não pouparam no retrato que fizeram ao Negócios, já perto do final de Fevereiro, dos problemas que viviam em Angola.
A forte descida dos preços do petróleo provocou uma situação dramática entre a generalidade das empresas portuguesas que procuraram em Angola uma saída para a crise que enfrentaram, vários anos antes, em Portugal.
Resultado: "deslocalização das suas operações"; "a mudança para outros países ou o retorno a Portugal", vaticinavam as empresas, sem margem para dúvidas.
Uma crise em Angola com ondas de choque a todos os níveis. Politicamente, o regime assistiu ao acumular de suspeitas em Portugal sobre elementos-chave da cúpula de Luanda, com Manuel Vicente à cabeça, depois da detenção do ex-procurador português Orlando Figueira. Vicente foi durante muito tempo dado como sucessor de José Eduardo dos Santos, mas entretanto perdeu esse estatuto.
Financeiramente, os baixos preços do petróleo levaram a uma descida de 30% do kwanza em 12 meses, a cortes de "rating" e a uma escassez de moeda estrangeira na banca angolana - cenário que culminou, meses mais tarde, com um pedido de assistência financeira ao FMI.
Entretanto, na China - com cada vez mais peso na economia e nos negócios de Angola - surgiu o fantasma de um abrandamento da economia (uma das razões que também mudou o sentimento económico em Luanda). Mas rapidamente o governo de Pequim actuou, valorizando a moeda yuan contra todas as expectativas, e sossegando os mercados globais.
A forte descida dos preços do petróleo provocou uma situação dramática entre a generalidade das empresas portuguesas que procuraram em Angola uma saída para a crise que enfrentaram, vários anos antes, em Portugal.
Resultado: "deslocalização das suas operações"; "a mudança para outros países ou o retorno a Portugal", vaticinavam as empresas, sem margem para dúvidas.
Uma crise em Angola com ondas de choque a todos os níveis. Politicamente, o regime assistiu ao acumular de suspeitas em Portugal sobre elementos-chave da cúpula de Luanda, com Manuel Vicente à cabeça, depois da detenção do ex-procurador português Orlando Figueira. Vicente foi durante muito tempo dado como sucessor de José Eduardo dos Santos, mas entretanto perdeu esse estatuto.
Financeiramente, os baixos preços do petróleo levaram a uma descida de 30% do kwanza em 12 meses, a cortes de "rating" e a uma escassez de moeda estrangeira na banca angolana - cenário que culminou, meses mais tarde, com um pedido de assistência financeira ao FMI.
Entretanto, na China - com cada vez mais peso na economia e nos negócios de Angola - surgiu o fantasma de um abrandamento da economia (uma das razões que também mudou o sentimento económico em Luanda). Mas rapidamente o governo de Pequim actuou, valorizando a moeda yuan contra todas as expectativas, e sossegando os mercados globais.