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"O Governo não respondeu ao Parlamento em concreto qual o montante" das necessidades de capitalização da CGD e tem "preferido passar mensagens através da imprensa", defendeu Luís Montenegro, a 20 de Junho, na argumentação do pedido de inquérito à CGD, recuando até à gestão de 2000. "Irresponsabilidade", respondeu o PS, pela voz do deputado João Galamba, que contudo comprometeu o partido socialista a participar "activamente" na comissão de inquérito ao banco público, em pleno processo de negociação com Bruxelas.
Em Junho, ainda a capitalização da CGD não tinha valor oficial conhecido - seria confirmado em 5.160 milhões de euros dois meses mais tarde - e António Domingues ainda não tinha substituído José Matos.
O que já se sabia, desde 8 de Junho, porque o Governo assim o aprovou em Conselho de Ministros, era que a CGD deixaria de estar sujeita aos tectos salariais previstos no Estatuto do Gestor Público, deixando de ser indexada ao salário do primeiro-ministro. Uma questão que foi relevante nos meses seguintes - opondo PS e BE neste assunto - que culminaram na renúncia de António Domingues em Novembro último.
Do BPI, de onde vinha Domingues e parte da "nova" gestão da Caixa, o mês de Junho não foi o mês de desbloquear o confronto accionista entre Portugal, Angola e Espanha, mas foi altura para contar espingardas entre o CaixaBank e os minoritários liderados por Tiago Violas Ferreira. E para o BCE recordar que havia um prazo, pós-OPA dos catalães, para "resolver" o problema de excesso de concentração de risco em Angola.
No Novo Banco, soube-se que o Santander e o BPI tinham pedido acesso à informação confidencial sobre a venda - cujo prazo para a entrega de propostas de compra terminou no último dia desse mês. Mas houve alteração quanto à gestão: o Banco de Portugal, foi sabido na última semana de Junho, propôs que António Ramalho (que estava então na IP) substituísse Stock de Cunha. O que veio a acontecer. No BCP, os investidores recearam um novo aumento de capital para financiar a corrida ao Novo Banco. A 1 de Junho, o banco liderado por Nuno Amado, que já vinha a recuar desde Maio, perdia, numa só sessão, 195 milhões de euros.
De Angola, veio a notícia que Isabel dos Santos iria passar a assumir a liderança da petrolífera estatal Sonangol, accionista do BCP. Ao assumir o cargo, defendeu que "a transparência" seria o mote da sua gestão.
Regressado à vida pública portuguesa, depois de algum tempo desaparecido, Paulo Portas voltou a ser notícia. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de decisão "irrevogável" e vice-primeiro ministro a partir de 2013, passou a ser responsável do novo conselho internacional do grupo Mota-Engil. A razão foi o seu conhecimento do mercado da América do Sul.
Na defesa do antigo líder do CDS-PP, veio Assunção Cristas. Face ao processo da Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças que fora para a Arrow, "o dr. Paulo Portas saiu da política", iniciando um "período profissional completamente novo", disse ao Negócios a 14 de Junho.
No mês em que o Campeonato Europeu de Futebol começou, ficava a interrogação de Cristiano Ronaldo antes de embarcar para França: "o que falta, porque é que ainda não chegámos lá? Já tivemos tão perto e ainda não ganhámos". A resposta, em forma de troféu, veio um mês depois. Marcelo tirou a segunda foto com a selecção, em Julho.
Em Junho, ainda a capitalização da CGD não tinha valor oficial conhecido - seria confirmado em 5.160 milhões de euros dois meses mais tarde - e António Domingues ainda não tinha substituído José Matos.
O que já se sabia, desde 8 de Junho, porque o Governo assim o aprovou em Conselho de Ministros, era que a CGD deixaria de estar sujeita aos tectos salariais previstos no Estatuto do Gestor Público, deixando de ser indexada ao salário do primeiro-ministro. Uma questão que foi relevante nos meses seguintes - opondo PS e BE neste assunto - que culminaram na renúncia de António Domingues em Novembro último.
Do BPI, de onde vinha Domingues e parte da "nova" gestão da Caixa, o mês de Junho não foi o mês de desbloquear o confronto accionista entre Portugal, Angola e Espanha, mas foi altura para contar espingardas entre o CaixaBank e os minoritários liderados por Tiago Violas Ferreira. E para o BCE recordar que havia um prazo, pós-OPA dos catalães, para "resolver" o problema de excesso de concentração de risco em Angola.
No Novo Banco, soube-se que o Santander e o BPI tinham pedido acesso à informação confidencial sobre a venda - cujo prazo para a entrega de propostas de compra terminou no último dia desse mês. Mas houve alteração quanto à gestão: o Banco de Portugal, foi sabido na última semana de Junho, propôs que António Ramalho (que estava então na IP) substituísse Stock de Cunha. O que veio a acontecer. No BCP, os investidores recearam um novo aumento de capital para financiar a corrida ao Novo Banco. A 1 de Junho, o banco liderado por Nuno Amado, que já vinha a recuar desde Maio, perdia, numa só sessão, 195 milhões de euros.
De Angola, veio a notícia que Isabel dos Santos iria passar a assumir a liderança da petrolífera estatal Sonangol, accionista do BCP. Ao assumir o cargo, defendeu que "a transparência" seria o mote da sua gestão.
Regressado à vida pública portuguesa, depois de algum tempo desaparecido, Paulo Portas voltou a ser notícia. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de decisão "irrevogável" e vice-primeiro ministro a partir de 2013, passou a ser responsável do novo conselho internacional do grupo Mota-Engil. A razão foi o seu conhecimento do mercado da América do Sul.
Na defesa do antigo líder do CDS-PP, veio Assunção Cristas. Face ao processo da Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças que fora para a Arrow, "o dr. Paulo Portas saiu da política", iniciando um "período profissional completamente novo", disse ao Negócios a 14 de Junho.
No mês em que o Campeonato Europeu de Futebol começou, ficava a interrogação de Cristiano Ronaldo antes de embarcar para França: "o que falta, porque é que ainda não chegámos lá? Já tivemos tão perto e ainda não ganhámos". A resposta, em forma de troféu, veio um mês depois. Marcelo tirou a segunda foto com a selecção, em Julho.
A capa
16 de Junho
A banca desceu a Rua de São Bento e foi instalar arraiais na agenda da Assembleia da República, com carácter permanente. O PSD forçou a comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, ainda a do Banif ia a meio. No Novo Banco preparavam-se mudanças e no BPI contavam-se espingardas para nova assembleia-geral, em Julho.