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Setembro arrancou com más notícias para o Governo e para a sua estratégia: a procura interna cresceu apenas 0,6% no segundo trimestre - o valor mais baixo desde 2013 - num período em que o PIB cresceu 0,9%. Os números chegaram num mês marcado pelo debate em torno do que poderia ser o Orçamento do Estado para 2017, que foi entregue no Parlamento a 14 de Outubro.
Entre as medidas mais polémicas deste Orçamento estava o novo imposto sobre o património, que levou a deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, para o centro da ribalta, provocando tensões no Partido Socialista.
O sigilo bancário foi outro tema que animou o debate público e fez correr tinta nos jornais. A 8 de Setembro, o Conselho de Ministros aprovava um decreto-lei que obrigava os bancos a comunicar ao Fisco os saldos dos seus clientes que, no conjunto, excedessem os 50 mil euros. A medida, que gerou muita controvérsia, acabou por ser vetada politicamente pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um dia antes de se esgotar o prazo para o eventual pedido de fiscalização preventiva ao Tribunal Constitucional, uma via que o chefe de Estado resolveu não seguir.
Setembro viu também renascer o receio em torno de um segundo resgate ao país. Depois de, no início do mês, o primeiro-ministro ter afirmado que as especulações sobre um novo programa de assistência financeira eram "um total disparate", Mário Centeno não foi tão afirmativo a rejeitar esse cenário, numa entrevista à CNBC. "Vai fazer tudo o que for necessário para evitar que Portugal tenha um segundo resgate?", perguntou a jornalista da CNBC. "Essa é a minha principal tarefa. O compromisso que temos na frente orçamental e na redução da despesa pública é precisamente nessa direcção", respondeu o ministro das Finanças.
A entrevista de Centeno acabou por colocar a palavra "resgate" na boca de agências de rating e bancos de investimento, levando os juros da dívida a dez anos a superar os 3,5% no final do mês.
Em Setembro, a banca nacional também esteve no centro das atenções. Depois do interesse demonstrado pela Fosun em entrar no capital do BCP, a administração do banco mandatou Nuno Amado para intensificar as negociações com os chineses, a 14 de Setembro.
No início do mês, a assembleia-geral do BPI voltou a ser adiada, numa altura em que o banco tinha em cima da mesa dois temas prementes: a desblindagem dos estatutos - condição essencial para a OPA do CaixaBank - e o problema da exposição a Angola através do BFA, que ultrapassava os limites impostos pelo Banco Central Europeu (BCE).
O fim do limite de votos acabou por ser aprovado a 21 de Setembro, abrindo a porta aos catalães, que já haviam ponderado retirar a oferta pelo BPI, como avançou no início do mês o jornal espanhol El Confidencial. A desblindagem deixou ainda eventual caminho aberto ao BPI para uma compra do Novo Banco, com Artur Santos Silva a garantir mesmo que a equipa de gestão está "a estudar seriamente a opção". Apesar de ter entregado a proposta final, em Novembro, a oferta do banco foi considerada menos atractiva, pelo que não está na recta final das negociações.
Para o Novo Banco, o mês também não terminaria sem novidades. Se não for vendido até ao final do ano, terá de eliminar mais 500 postos de trabalho, além dos 1.000 colaboradores dispensados no primeiro semestre, ditou Bruxelas. Além disso, o banco liderado por António Ramalho foi obrigado a intensificar o esforço de redução de custos e de encerramento de balcões.
Entre as medidas mais polémicas deste Orçamento estava o novo imposto sobre o património, que levou a deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, para o centro da ribalta, provocando tensões no Partido Socialista.
O sigilo bancário foi outro tema que animou o debate público e fez correr tinta nos jornais. A 8 de Setembro, o Conselho de Ministros aprovava um decreto-lei que obrigava os bancos a comunicar ao Fisco os saldos dos seus clientes que, no conjunto, excedessem os 50 mil euros. A medida, que gerou muita controvérsia, acabou por ser vetada politicamente pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um dia antes de se esgotar o prazo para o eventual pedido de fiscalização preventiva ao Tribunal Constitucional, uma via que o chefe de Estado resolveu não seguir.
Setembro viu também renascer o receio em torno de um segundo resgate ao país. Depois de, no início do mês, o primeiro-ministro ter afirmado que as especulações sobre um novo programa de assistência financeira eram "um total disparate", Mário Centeno não foi tão afirmativo a rejeitar esse cenário, numa entrevista à CNBC. "Vai fazer tudo o que for necessário para evitar que Portugal tenha um segundo resgate?", perguntou a jornalista da CNBC. "Essa é a minha principal tarefa. O compromisso que temos na frente orçamental e na redução da despesa pública é precisamente nessa direcção", respondeu o ministro das Finanças.
A entrevista de Centeno acabou por colocar a palavra "resgate" na boca de agências de rating e bancos de investimento, levando os juros da dívida a dez anos a superar os 3,5% no final do mês.
Em Setembro, a banca nacional também esteve no centro das atenções. Depois do interesse demonstrado pela Fosun em entrar no capital do BCP, a administração do banco mandatou Nuno Amado para intensificar as negociações com os chineses, a 14 de Setembro.
No início do mês, a assembleia-geral do BPI voltou a ser adiada, numa altura em que o banco tinha em cima da mesa dois temas prementes: a desblindagem dos estatutos - condição essencial para a OPA do CaixaBank - e o problema da exposição a Angola através do BFA, que ultrapassava os limites impostos pelo Banco Central Europeu (BCE).
O fim do limite de votos acabou por ser aprovado a 21 de Setembro, abrindo a porta aos catalães, que já haviam ponderado retirar a oferta pelo BPI, como avançou no início do mês o jornal espanhol El Confidencial. A desblindagem deixou ainda eventual caminho aberto ao BPI para uma compra do Novo Banco, com Artur Santos Silva a garantir mesmo que a equipa de gestão está "a estudar seriamente a opção". Apesar de ter entregado a proposta final, em Novembro, a oferta do banco foi considerada menos atractiva, pelo que não está na recta final das negociações.
Para o Novo Banco, o mês também não terminaria sem novidades. Se não for vendido até ao final do ano, terá de eliminar mais 500 postos de trabalho, além dos 1.000 colaboradores dispensados no primeiro semestre, ditou Bruxelas. Além disso, o banco liderado por António Ramalho foi obrigado a intensificar o esforço de redução de custos e de encerramento de balcões.
A capa
2 de Setembro
No dia 2 de Setembro, o Negócios terminava a publicação da lista dos mais poderosos de 2016, com a revelação do n.º 1: Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças da Alemanha. Descrito como "o tesoureiro do euro", Schäuble ficou à frente de Mario Draghi, no segundo lugar, e Marcelo Rebelo de Sousa, no terceiro.