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Dezembro: Défice sem lesados, Algarve sem petróleo

O défice orçamental deverá ficar abaixo dos 2,5% em 2016. No próximo ano saberemos o impacto da solução para os lesados do BES e os swaps no erário público. Sem petróleo no Algarve, mas com novo aeroporto projectado para o Montijo.

23 de Dezembro de 2016 às 10:02
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A "geringonça" acaba o ano em grande, engendrando soluções com o rabo de fora. Com o "perdão" fiscal a multiplicar por quatro o encaixe de 100 milhões de euros inicialmente previsto, António Costa veio garantir que o défice orçamental em 2016 "ficará mesmo abaixo dos 2,5%".

Dois dias antes, tinha assegurado que a solução para os chamados lesados do BES, que deverão receber entre 50% e 75% do capital investido (num total de 286 milhões de euros), "não recai sobre os contribuintes". Como? Não disse. Especialistas ouvidos pelo Negócios afiançam que o plano governamental deverá ter impacto nas contas públicas.

Outra faca apontada ao coração do erário público é a decisão do tribunal inglês de validar os contratos "swaps" feitos por empresas de transporte públicas portuguesas com o Santander. Se o Supremo negar o recurso do Estado, a factura poderá chegar no final do Inverno: pagamento de cerca de 450 milhões de euros de imediato.
Máfia do sangue rompe negócio do plasma: No dia 13, Portugal acordou com a notícia da detenção de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo. O médico é suspeito da prática de crimes de corrupção e branqueamento de capitais, por ter favorecido a Octapharma na venda de plasma inactivado (componente do sangue). Em investigação estão 137 milhões de euros. Lalanda de Castro, ex-presidente da farmacêutica, foi detido e posteriormente libertado. O Governo anunciou que está a preparar um concurso para evitar o monopólio na venda de plasma ao serviço nacional de saúde (SNS).
Máfia do sangue rompe negócio do plasma: No dia 13, Portugal acordou com a notícia da detenção de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo. O médico é suspeito da prática de crimes de corrupção e branqueamento de capitais, por ter favorecido a Octapharma na venda de plasma inactivado (componente do sangue). Em investigação estão 137 milhões de euros. Lalanda de Castro, ex-presidente da farmacêutica, foi detido e posteriormente libertado. O Governo anunciou que está a preparar um concurso para evitar o monopólio na venda de plasma ao serviço nacional de saúde (SNS). Correio da Manhã
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu e promulgou o Orçamento do Estado para 2017, ano em que o salário mínimo deverá aumentar para 557 euros. Lá para Abril, a ENI e a Galp deverão avançar para o furo de petróleo no mar do Alentejo, faltando apenas o aval do Governo, que decidiu rescindir os contratos com a Portfuel (de Sousa Cintra) e com a Repsol-Partex para prospecção e exploração de petróleo no Algarve.

Bastante pastoso é o conteúdos de 18,6 milhões de documentos do "Football Leaks", onde Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão, Jorge Mendes, Ricardo Carvalho e José Mourinho são os principais nomes portugueses citados por fazerem, alegadamente, parte de um "sistema de camuflagem fiscal e lavagem de dinheiro".

Na bola jogada, o Benfica chega ao final do ano na liderança do campeonato, depois de ter conquistado a passagem aos oitavos da Liga dos Campeões, onde vai jogar com o Borussia de Dormund, em Fevereiro; já o FC Porto, que recuperou terreno na principal competição interna, continua também na Champions, tendo encontro marcado com os italianos da Juventus.

Ainda em Dezembro, António Guterres, que assumirá em Janeiro o cargo de secretário-geral da ONU, mostrou ambição no seu discurso após o juramento sobre a Carta das Nações Unidas.

Já a ambição de construir um novo aeroporto na Grande Lisboa, um debate com quase meio século, tem agora uma nova meta: avança em 2019, anunciou o ministro pedro marques, em entrevista ao Negócios e à Antena 1. O Montijo é a hipótese mais provável, sendo a única "opção tecnicamente viável" de acordo com um novo estudo dos controladores europeus. Já agora, lembre-se: os aeroportos nacionais estarão em greve nos próximos dias.

Isabel Mota, que fez parte dos governos de Cavaco Silva, foi o nome escolhido para assumir a presidência da Gulbenkian em Maio do próximo ano, sucedendo no cargo a Artur Santos Silva, cujo banco de que é "chairman", o BPI, viu finalmente os seus accionistas aceitarem a perda de controlo do angolano BFA.

Já a CGD, que esteve longos meses a marinar por causa da polémica que envolveu António Domingues, presidente mas pouco do banco público, encerra o ano com a perspectiva de novo presidente: Paulo Macedo.

Menos de 24 horas foi quanto durou a polémica em torno do Cornucópia. Marcelo Rebelo de Sousa, com o ministro da Cultura a reboque, tentou impedir o encerramento do teatro. Sem sucesso. O mítico Elefante Branco também fechou.
Paulo Macedo toma conta da Caixa. Paulo Macedo era o plano B de António Costa para contornar a polémica em torno de António Domingues, que se demitiu após longas semanas sob a mira pública por causa da entrega das declarações de rendimentos, dos salários e por ter participado em reuniões com Bruxelas para debater a recapitalização do banco quando ainda era administrador do BPI. Aclamado por todos os quadrantes políticos, o ex-ministro da Saúde de Passos Coelho conta na sua equipa - cuja lista já está no BCE - com João Tudela Martins, um dos membros do conselho liderado por Domingues.
Paulo Macedo toma conta da Caixa. Paulo Macedo era o plano B de António Costa para contornar a polémica em torno de António Domingues, que se demitiu após longas semanas sob a mira pública por causa da entrega das declarações de rendimentos, dos salários e por ter participado em reuniões com Bruxelas para debater a recapitalização do banco quando ainda era administrador do BPI. Aclamado por todos os quadrantes políticos, o ex-ministro da Saúde de Passos Coelho conta na sua equipa - cuja lista já está no BCE - com João Tudela Martins, um dos membros do conselho liderado por Domingues. Miguel Baltazar


A capa

7 de Dezembro

Na edição de 7 de Dezembro, o Negócios titula "O plano". Trata-se do plano de negócios, traçado pela equipa de António Domingues para ser executado pela de Paulo Macedo, que pretende pôr a Caixa Geral de Depósitos a dar novamente lucros. Como? Cortando (custos de financiamento, pessoal, risco...)





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