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Abril: BPI e taxistas protagonizam conflitos

O banco esteve no centro de uma desavença accionista que atingiu o auge em Abril. Os taxistas vieram para a rua e o Governo deu uma alfinetada a Rui Moreira, na telenovela TAP. No mês da primeira baixa do elenco governativo.

13 de Dezembro de 2016 às 10:09
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O conflito entre os accionistas do BPI, uma telenovela de vários meses, agudizou-se em Abril, com a empresária angolana Isabel dos Santos e a administração do banco a entrarem em rota de colisão. A Santoro, detida pela empresária, acabou por rejeitar um acordo que iria dar o primeiro passo para a OPA sobre o BPI, lançada pelos espanhóis do CaixaBank. O mês foi cheio de notícias, com uma reunião pouco pacífica de accionistas pelo meio, relativa à desblindagem de estatutos do banco, condição essencial para a oferta catalã. Desblindagem não consensual entre accionistas, que, no entanto, viriam o Governo aprovar uma lei que facilitava o fim dos limites aos votos na banca, que Isabel dos Santos acabaria por apelidar de lei BPI. Mais um mês de destaque na banca, que ganhou um novo concorrente: as agências do Barclays passaram ao laranja do Bankinter.

Quem se viu em apuros - que culminou com a insolvência - foi a Ongoing, dona do Diário Económico, depois de conhecida a lista de credores, com 62 entidades, que reclamavam créditos de 1.200 milhões de euros.

Por esta altura, outro folhetim desenrolava-se na imprensa nacional. Rui Moreira e a TAP andaram meses a trocar galhardetes por causa do cancelamento de algumas rotas da companhia de bandeira no aeroporto da cidade e o lançamento da ponte aérea entre Porto e Lisboa. O ministro do Planeamento, Pedro Marques, deu uma entrevista ao Negócios a criticar a posição da autarquia: "A Câmara do Porto penaliza a imagem da TAP." O diferendo mantém-se. Mas a polémica em torno dos transportes não se resumia à TAP. Os taxistas foram para a rua, protestar contra a sua némesis, a Uber, numa marcha lenta que parou várias cidades portuguesas. Os profissionais exigiam que a multinacional fosse impedida de operar em Portugal.
Táxis em guerra com a Uber: No mês de Abril sucederam-se os comunicados e as ameaças das associações dos profissionais do táxi, que protestaram contra a Uber um pouco por todo o país. 'Em termos globais, estamos a falar de uma quebra do negócio de mais de 20%', apontaram Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi, e Florêncio Almeida, presidente da ANTRAL. A perda de negócio e a regulação das plataformas em Portugal estavam entre os principais pontos que motivaram os taxistas a avançar para a rua, em várias cidades, em protestos de larga escala.
Táxis em guerra com a Uber: No mês de Abril sucederam-se os comunicados e as ameaças das associações dos profissionais do táxi, que protestaram contra a Uber um pouco por todo o país. "Em termos globais, estamos a falar de uma quebra do negócio de mais de 20%", apontaram Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi, e Florêncio Almeida, presidente da ANTRAL. A perda de negócio e a regulação das plataformas em Portugal estavam entre os principais pontos que motivaram os taxistas a avançar para a rua, em várias cidades, em protestos de larga escala. Bruno Simão
Em Abril abriu finalmente a estação da Reboleira do Metro de Lisboa , no concelho da Amadora, marcando uma nova fase, depois de anos sem nada de novo na rede. Isso não impediu que os utentes continuassem a queixar-se dos veículos cheios e estações caóticas em hora de ponta.

Do lado das contas públicas, estava em preparação o Programa de Estabilidade e Crescimento, com indicações mais conservadoras do lado da criação de emprego e crescimento económico. Um mês de trabalho no Parlamento que, sob proposta do PS, aprovou o alargamento do período transitório aplicado aos contratos de arrendamento mais antigos (de cinco para 10 anos) para idosos com carências financeiras.

No rescaldo do resultado eleitoral de 2015 que acabou por ditar a saída do Governo de Passos Coelho, o PSD realizou um congresso em Espinho, tendo Passos conseguido aprovar de forma quase unânime a sua moção de estratégia global. Entre as decisões do Congresso, uma nova comissão política, onde se sentou a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, envolvida por esta altura na polémica contratação pela Arrow, entidade que tinha adquirido alguns créditos do Banif, centro da comissão de inquérito na qual Carlos Costa era visado pelo Governo que escolheu Elisa Ferreira para vice-governadora.

Já o novo Presidente, Rebelo de Sousa, que inaugurou a iniciativa "Portugal Próximo" no Alentejo, marcou mais uma inovação. Convidou para uma reunião do Conselho de Estado uma personalidade estrangeira: Mario Draghi, presidente do BCE. A sua viagem a Portugal foi aproveitada para lhe falarem da Caixa Geral de Depósitos que soube quem seria o próximo presidente: António Domingues que acabaria por ficar apenas quatro meses.

Foi este o mês da infame bofetada "virtual" de João Soares a um colunista do Público. Acabou por sair do Ministério da Cultura, na primeira baixa de Costa.
João Soares ameaça com bofetada: Foi uma polémica que durou alguns dias, mas da qual ainda ninguém se esqueceu. No início de Abril, João Soares, então ministro da Cultura, não gostou de uma crónica de Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente no Público e deu conta disso no Facebook. 'Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir, não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte. Lá chegará o dia.' A chuva de críticas que se seguiu acabou por ditar a saída de Soares do Governo.
João Soares ameaça com bofetada: Foi uma polémica que durou alguns dias, mas da qual ainda ninguém se esqueceu. No início de Abril, João Soares, então ministro da Cultura, não gostou de uma crónica de Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente no Público e deu conta disso no Facebook. "Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir, não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte. Lá chegará o dia." A chuva de críticas que se seguiu acabou por ditar a saída de Soares do Governo. Bruno Simão

A capa

29 de Abril

As incógnitas em torno do futuro no BPI, depois de mais um confronto accionista dominavam a primeira página do Negócios, que não deixou passar outro tema quente: a guerra entre os taxistas e a Uber, que arrastou o Governo para a polémica, depois de várias cidades do país terem parado com os protestos dos profissionais.  





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