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Gala de entrega: Venham daí mais "campeões escondidos"

Em seis anos, houve mais de 1.600 candidatos aos Prémios Exportação e Internacionalização, iniciativa do Negócios e Novo Banco. Nesta edição, vinte empresas levaram o troféu para casa. Os tempos estão mais desafiantes para investir além-fronteiras. Mas não vale desistir.

03 de Janeiro de 2017 às 16:26
A cerimónia de entrega dos Prémios Exportação e Internacionalização teve lugar a 14 de Novembro no Hotel Ritz, em Lisboa. Pedro Elias
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A cada ano que passa, a maior sala de conferências do Hotel Ritz, em Lisboa, parece pequena para tantos "campeões escondidos". A expressão é de Paulo Fernandes, presidente da Cofina, para descrever os vencedores dos Prémios Exportação e Internacionalização.

Nesta sexta edição da iniciativa conjunta do Negócios e do Novo Banco, foram vinte as empresas a levar o galardão para casa. Empresas jovens ou companhias consagradas e de perfil discreto, classifica Paulo Fernandes.

No passado, pusemos muitos ovos em poucos cestos. E escolhemos os cestos errados. Alberto Castro
Economista

Todas elas perceberam o lema defendido pelo economista Alberto Castro: economias avançadas colocam os seus ovos em muitos cestos. Ao contrário do que aconteceu no passado e que travou um sucesso maior para o tecido empresarial português. "Pusemos muitos ovos em poucos cestos. E escolhemos os cestos errados", recorda. Angola ou Brasil são apenas dois exemplos.

Hoje, os empresários têm uma competência que não é igual há 25 anos. A minha geração é medíocre. Temos dificuldade em sair da nossa zona de conforto Filipe de Botton
Presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa

Numa época em que a instabilidade se torna uma certeza na Europa e fora dela - com a eleição de Donald Trump para próximo presidente dos Estados Unidos da América como um dos exemplos mais flagrantes - é altura de parar? Não, antes pelo contrário. Novos tempos trazem novos desafios e oportunidades.


20
Vencedores
A sexta edição dos Prémios Exportação e Internacionalização distinguiu 20 empresas portuguesas pelas suas práticas além-fronteiras.


Filipe de Botton, presidente do Conselho da Diáspora portuguesa deixa a dica: internacionalizar mais, exportar menos. Estar directamente no terreno significa também estar menos exposto a medidas proteccionistas. "Hoje, os empresários têm uma competência que não é igual há 25 anos. A minha geração é medíocre. Temos dificuldade em sair da nossa zona de conforto", afirmou durante a cerimónia.

O Novo Banco é o banco das empresas em Portugal. Porque as características do banco e a sua herança o colocam numa situação única. António Ramalho
Presidente do Novo Banco

Sair da zona de conforto implica também ter apoio na hora do financiamento - missão que o Novo Banco diz querer continuar a levar avante. Para o presidente António Ramalho é "essencial" estar próximo das empresas que têm de "reestruturar e reorganizar a sua actividade".

Um exemplo: sem fundos de apoio em época de crise no sector do turismo, faltariam hoje "qualquer coisa como 10 mil camas" - o que deixaria o país fragilizado para responder à crescente procura que tem vindo a registar ao longo dos últimos anos.

Temos muitas empresas pequenas. Temos de ter empresas de maior dimensão. Vitor Fernandes
Administrador do Novo Banco

"A gestão de um banco de empresas não é um mar de rosas", admitiu contudo o gestor. A vontade é de continuar a afirmar o Novo Banco como "o banco das empresas em Portugal. Porque as características do banco e a sua herança o colocam numa situação única", considerou, evocando a reestruturação do Banco Espírito Santo e a "resistência" da instituição bancária que lidera.

Para Vítor Fernandes, o actual cenário de financiamento bancário às empresas portuguesas "está muito tranquilo". O administrador do Novo Banco acredita que o "drama do financiamento em Portugal" não está nas boas empresas mas sim naquelas que "com a crise, não se reestruturam".

Este Governo, desde que entrou, centrou-se muito na questão da inovação e da melhoria tecnológica. Manuel Caldeira Cabral
Ministro da Economia

"Pergunto-me como é que um país, com tantas boas empresas, não consegue crescer. Temos muitas empresas pequenas. Temos de ter empresas de maior dimensão", defendeu ainda perante a composição do tecido empresarial luso.

A certeza é de que a maioria das companhias quer chegar mais longe, além-fronteiras. Prova disso são as mais de 1.600 candidaturas aos Prémios Exportação e Internacionalização ao longo dos últimos seis anos. "Sabemos que não é inócuo este nosso desejo de premiar a exportação e a internacionalização", posicionou António Ramalho. Tanto que já se trabalha para escolher os "campeões escondidos" do próximo ano.



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