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Reforçar Portugal como uma marca de valor

"A grande vantagem das empresas portuguesas em ambientes de instabilidade é que já mostraram que rapidamente se conseguem adaptar e encontrar soluções", afirmou Luís Ribeiro.

29 de Novembro de 2024 às 11:11
Luís Ribeiro, Chief Commercial Officer Corporate do Novo Banco Ricardo Jr.
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"Há uma correlação entre os países em que as exportações têm maior peso no PIB e a riqueza per capita de cada um, quer em termos de volume exportado e intensidade exportadora, quer em termos das exportações líquidas. Em Portugal, verifica-se uma correlação quase perfeita entre o peso das exportações e a riqueza criada pela economia", afirmou Luís Ribeiro, Chief Commercial Officer Corporate do Novo Banco, na cerimónia de entrega da 14.ª edição dos Prémios Exportação e Internacionalização, organizada pelo Novo Banco e pelo Negócios, em parceria com a Iberinform, que decorreu na Casa da Música, no Porto.

Luís Ribeiro salientou que as economias com maior peso exportador são mais capazes de criar empresas sólidas, inovadoras e geradoras de maior riqueza.

O contexto do comércio internacional e das exportações tornou-se mais desafiante devido às disrupções causadas pela pandemia de Covid-19, seguidas pelas guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, pelas alterações geopolíticas e pelo surgimento de uma nova onda de protecionismo. Estas circunstâncias fizeram com que o crescimento do comércio internacional, após a pandemia, não tenha recuperado a mesma intensidade, situando-se atualmente em cerca de 2,7% a 2,6%.

Nos últimos 12 anos, 2022 foi o ano com o maior número de medidas e intervenções políticas relacionadas com o comércio mundial, sendo, em grande parte, restritivas. "Estamos a caminhar para um contexto em que as economias são cada vez mais fechadas", afirmou Luís Ribeiro.

O império chinês

Estas mudanças ocorrem num contexto em que, 20 anos depois, a economia chinesa passou de uma quota de 6% no comércio mundial, em 2002, para 17%. "Este é o novo enquadramento geopolítico global que vai condicionar a atividade económica nestes três grandes polos: China, Estados Unidos e Europa, que, no comércio global, excluindo o intracomunitário, pesa apenas 10%", afirmou Luís Ribeiro.

Num cenário de aumento de riscos e incerteza global, "a grande vantagem da economia portuguesa e das empresas portuguesas é que já demonstraram que, em ambientes de instabilidade, conseguem adaptar-se mais rapidamente e encontrar soluções".

Em Portugal, as exportações apresentam um crescimento nominal de cerca de 6%, e a balança comercial tem-se mantido relativamente equilibrada nos últimos anos. Regista-se um retorno a níveis pré-pandemia no peso das exportações; no entanto, as exportações de bens e serviços, que representavam 49,5%, estão agora nos 47,3%.

Os cinco principais mercados de exportação de bens continuam a ser Espanha, Alemanha, França, Estados Unidos e Reino Unido. "A União Europeia representa 70% das exportações, um peso muito significativo, e seria importante encontrarmos novos mercados", destacou Luís Ribeiro.

O responsável do Novo Banco defende uma maior articulação entre os agentes económicos para "identificar oportunidades e reforçar a marca Portugal como uma marca de valor". Para isso, é fundamental acompanhar tendências e desafios como o protecionismo, a desglobalização, os conceitos de nearshore e onshore, a redução das cadeias de produção anteriormente muito longas, e a transição para uma economia mais digital, impulsionada pela inteligência artificial e pela automação.

 

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