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Trump reforça pressão à Fed e defende taxas negativas nos EUA
O presidente norte-americano "volta à carga" e dispara contra a política monetária da Fed, pedindo estímulos à economia da parte desta entidade.
O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a atacar a Reserva Federal norte-americana através da sua conta Twitter. Desta vez, além considerar esta entidade "patética", Trump defendeu que a Fed equipare as taxas às dos rivais que têm agora dois pontos percentuais de vantagem, o que colocaria as taxas de juro diretoras nos Estados Unidos em níveis negativos.
"A nossa patética e lenta Reserva Federal, liderada por Jay Powell (abreviatura de Jerome Powell), a qual aumentou as taxas demasiado rápido e as baixou demasiado tarde, devia descer a nossa taxa federal para os níveis das nossas nações rivais. Elas agora chegam a ter dois pontos de vantagem, e com uma ajuda ainda maior das divisas. Estimulem também!", escreveu Donald Trump.
Our pathetic, slow moving Federal Reserve, headed by Jay Powell, who raised rates too fast and lowered too late, should get our Fed Rate down to the levels of our competitor nations. They now have as much as a two point advantage, with even bigger currency help. Also, stimulate!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 10, 2020
Durante o seu mandato, Trump tem repetido frequentemente os ataques à Fed, argumentando que uma política mais expansionista permitiria à economia dos Estados Unidos um crescimento muito superior. No ano passado, a Fed acabou por descer as taxas de juro pela primeira vez em dez anos no mês de agosto, e voltou a decidir no mesmo sentido - de reduzir - por mais duas vezes antes do final de 2019 e uma quarta vez, já em 2020. Estas taxas situam-se agora num intervalo entre 1% e 1,25%.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) decretou a 11 de junho de 2014, como medida de estímulo a uma economia castigada pela crise financeira, que uma das três taxas diretoras no bloco, a dos depósitos, descesse abaixo de zero pela primeira vez na história. Até ao momento, apesar de algumas alterações, o BCE nunca chegou a retirar esta taxa do terreno negativo, e está agora nos -0,5%.
Os juros das obrigações norte-americanas para a maturidade de referência, os 10 anos, estão esta terça-feira a subir 9 pontos base para os 0,633%, depois de três sessões consecutivas de quebras. Ontem, um dia de grande nervosismo para os mercados, estes juros caíram 22,1 pontos base. Desde a quinta-feira que a taxa remuneratória da dívida soberana a dez anos está abaixo de 1%, uma tendência que se generalizou a todas as maturidades na última sessão. Na Europa, os juros da dívida alemã para a mesma maturidade - que serve como referência - está nos -0,793%.