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Trump volta a atacar Powell: "A Fed coloca-nos em desvantagem competitiva"

O presidente norte-americano voltou a criticar a Reserva Federal, mesmo depois do terceiro corte de juros. Donald Trump quer mais e acusa o presidente da Fed de colocar os EUA em "desvantagem competitiva".

Reuters
31 de Outubro de 2019 às 15:16
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"As pessoas estão muito desiludidas com Jay Powell e a Reserva Federal". É assim que Donald Trump começa o tweet publicado esta quinta-feira, 31 de outubro, onde critica duramente, mais uma vez, a instituição independente que determina a política monetária dos Estados Unidos. 

A crítica ocorre após a Reserva Federal norte-americana ter decidido ontem baixar os juros diretores para o intervalo entre 1,5% e 1,75%. Foi a terceira descida consecutiva das taxas de juro norte-americanas este ano, o que não acontecia desde a crise financeira de 2007.

Com este corte, os juros regressam ao ponto em que se fixaram na primeira reunião do atual presidente da Fed em março de 2018. Logo após ter entrado na Reserva Federal, Jerome Powell continuou o ciclo de subidas dos juros iniciado por Janet Yellen em 2015, aumentando as taxas para o intervalo entre os 1,5% e os 1,75%.

Contudo, Powell deu a entender na conferência de imprensa de ontem que a Fed entraria agora num período de pausa quanto a mexidas dos juros, o que vai contra a vontade do presidente norte-americano de redução ainda mais expressiva dos juros. "Nós devíamos ter taxas de juro mais baixas do que a Alemanha, o Japão e todos os outros", escreveu Donald Trump no Twitter. 

"Agora nós somos, de longe, o maior e mais forte país, mas a Fed continua a colocar-nos numa desvantagem competitiva", criticou o republicano, repetindo novamente a ideia de que o problema dos Estados Unidos não é a China, mas sim a Reserva Federal. O presidente dos EUA reiterou também que "o dólar e os juros estão a afetar" a indústria norte-americana. 

No final dos tweets sobre a Fed, Trump escreve que "ainda assim iremos ganhar de qualquer das formas", referindo-se às eleições presidenciais de novembro de 2020 em que será recandidato. Em agosto, Donald Trump tinha dito que queria uma redução de 100 pontos base (o equivalente a um ponto percentual) e o retomar do programa de compra de ativos ("quantitative easing"). 

Apesar das críticas públicas da Casa Branca, os vários responsáveis da Reserva Federal parecem descartar a ideia de que os EUA precisam de juros tão baixos como os que existem na Zona Euro ou no Japão. A decisão de ontem de baixar os juros em 25 pontos base foi aprovada com 8 votos favoráveis e 2 contra, mas os oponentes defendiam que as taxas deviam ficar iguais. Não houve ninguém a defender uma redução maior dos juros. 

Dos comunicados anteriores para o da reunião de ontem, a instituição liderada por Jerome Powell deixou cair a expressão "agir de forma apropriada para manter a expansão" da economia norte-americana, o que sugere que a Fed poderá iniciar um período de pausa quanto a mexidas nas taxas de juro diretoras. Agora a Reserva Federal refere apenas que, quando considerar o nível dos juros nas próximas reuniões, irá avaliar os dados económicos atuais e as previsões para o futuro.
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