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Aposta num novo corte de juros nos EUA já em outubro dispara

A expectativa de um novo corte na taxa de juro por parte da Reserva Federal aumentou. Uma queda no mercado de ações, a divulgação dos dados industriais fracos e Trump estão a deixar Powell num beco sem saída.

EPA
03 de Outubro de 2019 às 08:31
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Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, está a ser pressionado para voltar a cortar a taxa de juro diretora já na próxima reunião do banco central, a 29 e 30 de outubro. Para além da habitual pressão de Donald Trump, os recentes dados industriais e uma forte queda nas ações neste início de trimestre estão a encurralar a Fed.

Os mercados aumentaram a probabilidade de um novo corte para 75% ontem, quando no início da semana essa hipótese rondava os 40%.

"O fluxo de dados aumentou a hipótese de um corte na taxa em outubro e os mercados estão a antecipar" este movimento, disse Joseph Song, economista sénior no Bank of America, à Bloomberg, acrescentando que "se os dados continuam fracos, podem aumentar os "falcões" a bordo para dar alguma força à economia".

Durante esta semana, o indicador de atividade industrial do país derrapou para 47,8 pontos, um mínimo desde 2009, depois de em agosto já ter caído para abaixo da marca dos 50 pontos, que separa a contração da expansão.

Imediatamente após a divulgação dos dados, Donald Trump teceu novas críticas a Jerome Powell, através do seu Twitter, acusando-o de estar a prejudicar o setor industrial devido ao nível da taxa diretora atual.

A juntar a isto, uma queda abrupta no mercado de ações no início de outubro gerou novas preocupações. O S&P 500 caiu quase 3% nas últimas duas sessões e acumula uma queda de cerca de 4% desde meio de setembro.

Jerome Powell disse aos jornalistas, depois da última reunião da Fed, que a iria decidir os cortes "em cada reunião" e não ia fazer previsões a longo prazo. Na altura, apenas sete dos 17 membros projetaram mais cortes este ano. No entanto, a saúde da economia do país voltou a piorar e Powell poderá ser obrigado a agir.

Nessa reunião, em setembro, a Reserva Federal norte-americana anunciou uma descida de 25 pontos base da sua taxa diretora, como se previa, que ficou agora compreendida entre 1,75% e 2%. Agora, os mercados esperam um corte semelhante. 


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