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Aposta num novo corte de juros nos EUA já em outubro dispara
A expectativa de um novo corte na taxa de juro por parte da Reserva Federal aumentou. Uma queda no mercado de ações, a divulgação dos dados industriais fracos e Trump estão a deixar Powell num beco sem saída.
Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, está a ser pressionado para voltar a cortar a taxa de juro diretora já na próxima reunião do banco central, a 29 e 30 de outubro. Para além da habitual pressão de Donald Trump, os recentes dados industriais e uma forte queda nas ações neste início de trimestre estão a encurralar a Fed.
Os mercados aumentaram a probabilidade de um novo corte para 75% ontem, quando no início da semana essa hipótese rondava os 40%.
"O fluxo de dados aumentou a hipótese de um corte na taxa em outubro e os mercados estão a antecipar" este movimento, disse Joseph Song, economista sénior no Bank of America, à Bloomberg, acrescentando que "se os dados continuam fracos, podem aumentar os "falcões" a bordo para dar alguma força à economia".
Durante esta semana, o indicador de atividade industrial do país derrapou para 47,8 pontos, um mínimo desde 2009, depois de em agosto já ter caído para abaixo da marca dos 50 pontos, que separa a contração da expansão.
Imediatamente após a divulgação dos dados, Donald Trump teceu novas críticas a Jerome Powell, através do seu Twitter, acusando-o de estar a prejudicar o setor industrial devido ao nível da taxa diretora atual.
As I predicted, Jay Powell and the Federal Reserve have allowed the Dollar to get so strong, especially relative to ALL other currencies, that our manufacturers are being negatively affected. Fed Rate too high. They are their own worst enemies, they don’t have a clue. Pathetic!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 1, 2019
A juntar a isto, uma queda abrupta no mercado de ações no início de outubro gerou novas preocupações. O S&P 500 caiu quase 3% nas últimas duas sessões e acumula uma queda de cerca de 4% desde meio de setembro.
Jerome Powell disse aos jornalistas, depois da última reunião da Fed, que a iria decidir os cortes "em cada reunião" e não ia fazer previsões a longo prazo. Na altura, apenas sete dos 17 membros projetaram mais cortes este ano. No entanto, a saúde da economia do país voltou a piorar e Powell poderá ser obrigado a agir.