Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Portugal paga juro de 4,657% para emitir 3,25 mil milhões de euros em dívida a cinco anos

Procura robusta levou o Tesouro português a fixar o montante da emissão de dívida em 3,25 mil milhões de euros. O juro ficou nos 4,657%.

  • 61
  • ...

O Tesouro português já fixou o valor final do montante de dívida que emitiu esta quinta-feira. Foram colocados 3,25 mil milhões de euros, tendo a procura total atingido mais de 11 mil milhões de euros, na primeira emissão de dívida de longo prazo desde Maio do ano passado.

 

Portugal aproveitou assim o facto da procura ter mais do que triplicado a oferta para aumentar o montante da colocação. Alguns analistas anteviam que Portugal iria colocar 3 mil milhões de euros.

 

Antes dos livros de ordens terem fechado, o Negócios tinha noticiado que a procura já superava os 9 mil milhões de euros, excluindo a procura automática por parte dos bancos gestores da operação.

 

Na emissão realizada esta manhã participaram à volta de 250 investidores, apurou o Negócios junto de uma fonte ligada à operação. A operação “atraiu investidores novos para a dívida portuguesa, enquanto outros reforçaram a sua exposição”, afirmou a mesma fonte.  

 

Este nível de procura permitiu ao IGCP baixar progressivamente o custo que se dispõe a pagar. Inicialmente aos investidores foi sugerida um "spread" acima das taxas de mercado do euro de 340 pontos-base, depois 335 pontos-base e agora 330 pontos-base (valor final). 

 

A taxa de rendibilidade implicita da operação foi fixada nos 4,657%, anunciou o IGCP. Trata-se de uma "yield" mais reduzida do que na última emissão de Portugal a cinco anos.

 

Foi uma “emissão muito bem-sucedida e estamos muito satisfeitos”, sublinhou a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque,  deixando para mais tarde a publicação pelo IGCP da distribuição dos investidores por origem e género

 

“Portugal conseguir pagar menos 0,3% no espaço de um mês é bastante positivo. A operação correu com o sucesso esperado. Porventura, esperava uma taxa ligeiramente mais baixa, mais próxima dos 4,6%, mas não podemos negar que são condições bastante mais favoráveis do que a operação de troca de dívida a 5 anos, feita no mês passado", comentou Filipe Silva, director da gestão de Activos do Banco Carregosa. 

 

Analistas ouvidos pelo Negócios dizem que a dinâmica favorável nos mercados nos últimos dias e o apetite dos investidores deveria garantir uma operação "muito bem sucedida", com taxas mais baixas do que há um ano e a participação de investidores mais conservadores, de várias geografias.

 

"Portugal soube capitalizar a apetência por dívida com mais risco associado, que se tem sentido no arranque de 2014", refere Steven Santos, gestor da XTB Portugal, acrescentando que "a percepção do risco da dívida portuguesa caiu a pique, depois do aumento das exportações e do bom exemplo irlandês no mercado obrigacionista". 

 

"A operação foi bem preparada, com os comentários de João Moreira Rato no fim-de-semana [ao "Expresso"] e alguns rumores durante o início da semana", diz David Schnautz, estratego em mercado de dívida do Commerzbank, acrescentando que "a reacção dos mercados ao anúncio foi um bom presságio e indica que poderá ser uma operação muito bem sucedida e que os títulos, depois de emitidos, terão um desempenho positivo no mercado nos próximos tempos".

 

(notícia actualizada às 16h20 com "yield" final da operação)

Ver comentários
Saber mais juros yields emissão de dívida Portugal
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio