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Portugal contrata bancos para emissão de dívida a cinco anos (act)

O Tesouro português contratou um sindicato bancário para fazer uma emissão de dívida a cinco anos que deverá acontecer "no futuro próximo", segundo fontes citadas pela Bloomberg. Será uma reabertura de uma linha com maturidade em 2019, numa operação que deverá decorrer esta quinta-feira e com a qual o IGCP pretenderá arrecadar 3 mil milhões de euros.

08 de Janeiro de 2014 às 15:36
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Barclays, CaixaBI, Goldman Sachs, HSBC, Société Générale e Morgan Stanley compõem o sindicato bancário que está a gerir a operação. Na história recente, as emissões avançaram no dia seguinte ao da contratação do sindicato.

 

A emissão será uma reabertura de uma linha com maturidade em Junho de 2019, que está neste momento a ser negociada com uma taxa implícita de 4,675%, segundo a Bloomberg. A taxa subiu ligeiramente após o anúncio.

 

"O anúncio não é surpreendente tendo em conta a tentação de aproveitar a forte melhoria do sentimento entre os periféricos e depois da demonstração irlandesa" de apetite dos investidores por dívida dos países da periferia, diz o Rabobank em nota de reacção.

 

Não ficou ainda definido o montante da operação, mas a RTP está a avançar que o Tesouro português conta arrecadar 3 mil milhões de euros com a operação. O ING, numa nota enviada a clientes que está a ser citada pela Bloomberg, estima que o montante da operação possa estar situado entre 2,5 e 3 mil milhões de euros.  

 

O IGCP, entidade que gere a dívida pública portuguesa, tinha já dado conta que pretendia realizar uma emissão de dívida de longo prazo no arranque deste ano, no âmbito da estratégia de regresso do país ao financiamento autónomo. O actual programa de ajustamento financeiro termina a 17 de Maio.

 

Portugal aproveita assim o sentimento positivo que se vive actualmente nos mercados financeiros para regressar às emissões de dívida de longo prazo, depois de no ano passado ter concretizado apenas uma operação, com a emissão de dívida a 10 anos.

 

A taxa de juro implícita à dívida portuguesa a cinco anos, com maturidade em 2018, pelo que não é a mesma que vai ser leiloada amanhã, está a cair 11,1 pontos base para se fixar nos 3,95%, sendo a primeira vez que desliza abaixo da “barreira” dos 4% desde Maio de 2013. A descida levou esta “yield” a reduzir a diferença face à taxa de juro alemã com o mesmo prazo, que permite medir o risco da dívida nacional, para níveis inferiores a 300 pontos base. O que representa um mínimo desde Dezembro de 2010.

 

A emissão de Portugal agendada para amanhã surge depois de também a Irlanda ter realizado a primeira emissão desde que abandonou o programa da troika. O país emitiu 3.750 milhões de euros, pagando uma taxa de 3,54%, numa emissão marcada por uma forte procura. Esse regresso foi visto como um barómetro para Portugal e é nesse sentido que as taxas de juro têm vindo a cair em Portugal (isto numa altura em que a EDP e a CGD emitiram ou estão a emitir, respectivamente, dívida no mercado).

 

O IGCP optou assim por avançar com a emissão de dívida de longo prazo mesmo antes das agências de notação financeira actualizarem a sua perspectiva para o “rating” da República Portuguesa.

 

Já esta sexta-feira (10 de Janeiro) será conhecida a avaliação da Moody’s e a 17 de Janeiro será a vez de ser conhecida a decisão da Standard & Poor’s.

 

(notícia actualizada pela segunda vez às 16h20 com mais informação)

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