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Juros das obrigações seniores do BES afundam após resgate do banco

A "yield" das obrigações subordinadas do BES está em forte alta, devido ao forte potencial de perdas que os seus detentores enfrentam. Em sentido contrário o juro das obrigações seniores está a afundar.

Reuters
04 de Agosto de 2014 às 13:44
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O resgate ao Banco Espírito Santo está a provocar fortes variações no valor das obrigações do banco, já que o plano protege quem tem títulos de dívida sénior e força perdas que podem ser consideráveis para os detentores de obrigações subordinadas.

 

A solução encontrada pelo Banco de Portugal para recapitalizar o BES passa pela divisão do banco em duas instituições. No Novo Banco, que recebe uma injecção de capital de 4,9 mil milhões de euros por parte do Fundo de Resolução, ficam as obrigações seniores, que não sofrem qualquer tipo de perdas.

 

Já as obrigações subordinadas (títulos de dívida júnior, com menor protecção face à dívida sénior) ficam no banco mau, pelo que os seus detentores serão reembolsados mediante a recuperação que possa ser feita do valor dos activos tóxicos que ficam nesta instituição.

 

Esta fraca possibilidade de recuperação de algum valor para os detentores de dívida subordinada (obrigações juniores) reflecte-se na evolução destes títulos nos mercados. De acordo com os dados da Bloomberg, a cotação das obrigações subordinadas está a recuar 12,6 cêntimos para 23 cêntimos, fazendo a "yield" dos títulos disparar para 37%. A cotação dos títulos varia em sentido inverso à "yield" (rendibilidade implícita, ou juro).

 

"A probabilidade de recuperação para os obrigacionistas juniores é mínima", afirmou à Bloomberg Nuria Alvarez, do banco espanhol Renta 4, acrescentando que "provavelmente vão perder tudo o que investiram".

 

Em sentido inverso está a cotação das obrigações seniores, já que o plano de resgate do BES não induz perdas para os seus detentores, que passam a ser credores do Novo Banco. De acordo com a Bloomberg, a "yield" das obrigações com maturidade em Janeiro de 2019 estão a subir 10,4 cêntimos para 99,4 cêntimos, o que está a fazer a "yield" destes títulos descer para 4,2%. 

 

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