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Euribor a seis meses junta-se à de três em "terreno" negativo

A taxa mais utilizada pelas famílias portuguesas como indexante nos empréstimos para a compra de habitação voltou a cair. Passou de 0,001% para -0,002%.

Bruno Simão
06 de Novembro de 2015 às 10:57
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É inédito. A Euribor a seis meses passou para "terreno" negativo. Depois de em Abril a taxa a três meses ter passado a contar com um sinal de menos antes do número, agora foi a vez do indexante mais utilizada pelas famílias portuguesas como indexante nos empréstimos para a compra de habitação também baixar de zero, pressionada pela perspectiva de novos estímulos por parte do Banco Central Europeu (BCE).

A taxa a seis meses tinha registado quedas acentuadas nas últimas sessões, acentuando a descida desde que na última reunião Mario Draghi ter deixado em aberto a possibilidade de avançar já em Dezembro com mais estímulos à economia tendo em conta a travagem na inflação. Nas últimas sessões passou de 0,007% para 0,003% e depois para zero. Subiu para 0,001%, mas acabou por recuar esta sexta-feira, 6 de Novembro, para -0,002%.


É uma descida para um novo mínimo histórico, já em "terreno" negativo tal como as restantes Euribor com prazos mais curtos. A taxa a três meses vai já em -0,073% (caiu face aos -0,071% da sessão anterior). Quedas para níveis negativos que são positivas para as famílias portuguesas que têm a grande maioria dos empréstimos contraídos para a compra de casa (mas também outros bens) indexados a estas taxas de mercado.


Enquanto as famílias (675 mil) que contam com a taxa a três meses estão já a sentir o juro negativo nas prestações pagas ao banco já que esta taxa é deduzida ao "spread" que foi contratado com a instituição financeira, no caso dos créditos indexados à taxa a seis meses será preciso esperar para ver se a média deste mês será, efectivamente, negativa para que esse mesmo efeito se faça sentir na mensalidade.


"Ponderando todos os factores em jogo, a probabilidade é elevada" de que a média mensal de Novembro seja negativa, antecipa Paula Carvalho, economista-chefe do BPI. E este indexante é o mais utilizado em Portugal, em 53,3% dos créditos à habitação, num total de 852.800 contratos, de acordo com os últimos dados do Banco de Portugal. Se essa média negativa acontecer, será benéfica para quem tem revisão do crédito em Dezembro.

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